(009) Sentindo o que é “reinventar-se”, para o despertar da “Sensibilidade da Alma”.

Através do “autoconhecimento” podemos identificar fragmentos da “percepção interior” da nossa “subjetividade” e, também, favorecer o despertar da nossa “sensibilidade da alma”.

Além da prática do exercício do “voltar-se para si mesmo”, sugiro que seja iniciado um consciente processo de “reinventar a sua vida”. Todos nós precisamos “ressignificar” o nosso “existir”, o nosso “sentir”, o nosso “viver”.

Esse processo de “reinventar-se” deve ser entendido como sendo uma “transformação”, mas não apenas em relação à nossa inteiração externa (ao nosso modo de “vivenciar” a ambientação da realidade exterior). Ele deverá enfocar a decisão consciente de querer iniciar um novo ciclo de “vida”.

Em novembro de 2011, o consagrado educador e filósofo Mario Sergio Cortella esteve em Brasília para fazer uma palestra na Confederação Nacional do Transporte – CNT, sobre o tema “As mudanças no ambiente Corporativo”.
Para ele, todos nós “Estamos sempre em um processo de reinvenção. Somos capazes de nos renovar”.
Ao ser entrevistado antes do evento (em razão do sucesso do seu livro “Não nascemos prontos”, lançado pela Editora VOZES), deu a seguinte resposta a uma pergunta sobre a necessidade de aperfeiçoamento dos indivíduos, no ambiente de trabalho (fonte: www.cnt.org.br):

– “Não nascemos prontos” significa que nós estamos sempre em um processo de reinvenção. Não somos um ‘programa fechado’. Somos capazes de nos refazer, nos reinventar, reconstruir. A pessoa que supor que já nasceu pronta e está “se gostando” vai envelhecer, e não ficar idosa. Eu não quero ficar velho, quero ficar idoso. Há uma diferença entre velho e idoso. O velho corre o risco de ficar ultrapassado.

Há dez dias comprei o livro “Pensar é transgredir”, 15ª. Edição, da escritora Lya Luft, lançado pela Editora RECORD. No texto com o mesmo título do livro, ela diz que para “reinventar-se é preciso pensar”, e complementa:

– Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos – para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: não porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.

Para mim esse “é preciso pensar”, significa: – “Pensar em mudar o que, na
nossa vida?”.

É oportuno reproduzir parte da explicação do escritor Moacyr Scliar, em artigo encontrado no site da Academia Brasileira de Letras, sobre Oscar Niemeyer, que quase aos 103 anos resolveu tornar-se compositor e escreveu um samba (fonte: www.academia.org.br):

– Em primeiro lugar, é preciso dizer que há uma diferença entre inventar e descobrir. Descobrir é achar uma coisa que já estava ali, aparentemente coberta ou oculta.
Inventar é outra coisa. Inventar é criar algo que não existia (…) exige conhecimento, exige criatividade, exige imaginação; escritores são, de certa forma, inventores; eles fazem surgir personagens e situações que não existiam.
Já reinventar é um termo que tem conotação irônica, debochada: quando dizemos que Fulano reinventou a roda estamos fazendo uma gozação. Mas a partícula apassivadora “se” dá ao verbo um outro, e revolucionário, sentido; o termo, por assim dizer, se reinventa.
Reinventar significa deixar para trás o nosso passado, significa transformar nossa vida (nem que seja em detalhes) e isso pode ser um antídoto decisivo, contra o marasmo, contra o desânimo, contra a apatia, De repente, somos outra pessoa. Um choque? É. Um choque. Mas um choque benéfico.
Reinventar-se: eis aí um bom lema para o ano que se aproxima. (…) reinventar-se como pessoa.

Com essa didática explicação do escritor Moacyr Scliar, vamos continuar a nossa “caminhada” neste espaço virtual, reinventando a nossa “vida”, para melhor conhecer o despertar da nossa “sensibilidade da alma”.

Notas:
1.Esta mensagem está sendo novamente postada, em razão do ataque de hackers ocorrido no ano passado.
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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