“Tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
São palavras de Fernando Pessoa (1888-1935). Foram escolhidas para iniciar este nosso encontro, perguntando para você:
Como explicar essa manifestação, que considero ser um precioso exemplo de “autoconhecimento”, também subjetivamente modelado pelas vivências em nossas realidades existenciais?
Se compararmos com a época de Fernando Pessoa, certamente devemos abstrair qualquer semelhança com as influências que atualmente recebemos com as nossas vivências, sejam de que natureza forem. No caso de Fernando Pessoa, entendo que não se trata dele ser ou não otimista, ser um “sonhador”, mas sim um espelhar de um dos seus momentos íntimos, muito pessoal, pela trajetória do seu viver. Quando encontrei esse seu “sentir”, lembrei deste ensinamento do neurocientista António Damásio, no seu livro “A estranha ordem das coisas: As origens biológicas dos sentimentos e da cultura”, publicação da Editora Companhia Das Letras, com tradução de Laura Teixeira Motta, que recomendo a leitura. Explico: Logo no começo da apresentação desse seu mais recente livro, ele esclarece:
– Este é um livro sobre um interesse e uma ideia. Há muito tempo me interesso pelo afeto humano, o mundo das emoções e sentimentos, e há anos o estudo: por que e como temos emoções e sentimentos? Usamos sentimentos para construir nossa individualidade? Como os sentimentos auxiliam ou solapam as nossas melhores intenções? Por que e como nosso cérebro interage com o corpo para sustentar essas funções? Tenho novos fatos e interpretações a compartilhar sobre todas essas questões. Quanto à ideia, ela é muito simples: os sentimentos não têm recebido o crédito que merecem, como motivos e monitores das proezas culturais do homem. Os humanos se distinguem de todos os outros seres vivos por criarem uma coleção espetacular de objetos, práticas e ideias conhecidas coletivamente como cultura.
Para ajudar você responder a pergunta feita no início desta mensagem, destaco esta da transcrição acima:
USAMOS SENTIMENTOS PARA CONSTRUIR NOSSA INDIVIDUALIDADE?
Fernando Pessoa conseguiu transmitir pelas palavras, a sua plenitude de um “sonhador”.
Pensem nisso.
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.