(071) Sentindo como modelar a nossa “caminhada existencial”, em harmonia interior com a “Sensibilidade da Alma”.

Acabei de ler o livro “Matéria, forma e essência”, do filósofo, educador e esoterista austríaco Rudolf Steiner, publicado pela Editora Antroposófica. Nele é reproduzida a sua conferência proferida em Stuttgart, na Alemanha, contendo enfoque relevante para a compreensão da “existência”, mediante a aproximação entre a vida interior da alma e a realidade exterior da matéria. Para o início desta mensagem, destaco o seguinte:

– Uma das formas pelas quais o homem pode adquirir a possibilidade da segurança interior na evolução da vida, enquadrando-se real e essencialmente na ordem da existência, é o conhecimento, que deve tornar-se autoconhecimento humano.
O impulso para o autoconhecimento existe em todos os homens; pode manter-se mais ou menos inconsciente, porém existe sempre. Ele pode manifestar-se em sentimentos muito vagos que, como ondas, vêm das profundezas anímicas e se embatem na consciência (…).

Certo é que o sentido das nossas trajetórias de vida são mosaicos de variantes imprevisíveis, produzindo os seus consequentes efeitos em cada um de nós. Nessa incrível subjetividade de nexos de causalidade, devemos ficar atentos para a percepção sensória de tudo o que acontece pelo fluir da nossa “caminhada existencial”. Devemos ficar perceptivos, principalmente, para os “aprendizados” emergentes de fontes que, para nós, nem sempre são identificados com facilidade.

Com relação a essas caminhadas pelo fluir do “ciclo da vida”, além da nossa exclusiva responsabilidade de escolhas considero ser de fundamental importância que elas sejam por nós elaboradas em sintonia com nossos ideais de vida, e, também, em harmonia plena com as nossas “necessidades interiores”. Os nossos caminhos de “buscas”, de “desejos”, de “sonhos” de realizações, devem, sempre que possível, espelhar a essência das projeções sensórias da nossa “realidade interior”, dos reflexões de precepções da nossa “Sensibilidade da Alma”. O que não podemos é ser impulsionados, ilusoriamente, pelas imagens enganosas das miragens que, por vezes, sugem nas nossas “caminhadas existenciais”.

A vida, portanto, é um constante processo de elaboração que precisa ser moldado pelos nossos ideais interiores de melhorias e de aprimoramentos de evolução, em todos os sentidos. A respeito, gosto deste exemplo citado pelo Sr. Daisaku Ikeda, Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI (Fonte: Suplemento do Jornal Brasil Seikyo, edição 2.298, de 7 de novembro de 2015, com o título “Viver é aprender continuamente”):

– A pintora americana Vovó Moses é conhecida por suas belas e nostálgicas cenas campestres e por seu caráter franco e de fácil convívio. Ela começou a pintar com uma idade consideravelmente avançada, ilustrando o ditado “nunca é tarde para aprender”, e prosseguiu até falecer aos 101 anos. Durante esse período, produziu 1.500 obras incríveis, representativas do gênero conhecido como “arte naif”.
A conclusão de sua autobiografia (…) a revela como uma verdadeira mestra também na arte de viver: “Olho para trás e analiso a minha vida como um bom dia de trabalho: tarefa cumprida e me sinto satisfeita. Fui feliz e realizada… E a vida é o que fazemos dela, sempre foi, sempre será”.

Com sabedoria, conclui em seguida:

– As pessoas, cuja criatividade resplandece com mais intensidade à medida que os anos passam, nunca envelhecem, pois elas se conservam ativas na vida.

– A vida significa aprender enquanto estiver vivo. E a vida sempre é aquilo que fazemos dela.

Termino esta mensagem, reafirmando o ensinamento de Rudolf Steiner sobre a importância do autoconhecimento humano, como “possibilidade da segurança interior na evolução da vida”.
Desejo que este espaço virtual motive em todos vocês, a permanência de “buscas interiores” que favoreçam o despertar da “Sensibilidade da Alma” e possibilitem encontrar, nas nossas “caminhadas existenciais”, um significado para as nossas vidas”.

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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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