(170) Sentindo quando somos mais influenciados para a prática da “auto-observação”.

Sempre tive aguçado o meu dom de “auto-observação”, que é a capacidade de “perceber” todas as nossas manifestações sensitivas. É um “sentir” natural que nem sempre tem a sua causa conhecida. Explica Ravi Ravindra, professor de Física e Religião da Universidade Dalhousie, no Canada (Fonte: “Uma vida espiritual”, publicado na Revista SOPHIA, Ano 14, n. 61, lançada no Brasil pela Editora Teosófica):

– A auto-observação imparcial pode começar com qualquer coisa: os próprios gestos, a postura, o tom de voz, o comportamento com relação às crianças, a um animal de estimação, a uma planta. Qualquer coisa, porque cada um de nós é como um holograma; qualquer detalhe de nós mostra toda a nossa história, nossas aspirações e nosso futuro. O que se exige é a imparcialidade, porque, de outra forma, a pessoa estaria sempre certa em seus próprios olhos. (…) é verdadeiramente a condição sine qua non de uma vida espiritual. Se eu vejo de modo cada vez mais imparcial como a minha vida é vivida, então qualquer necessidade de transformação e qualquer esforço nesse sentido segue-se naturalmente.

Achei interessante condicionar a “auto-observação” à uma conduta de natureza “espiritual” ou “religiosa” (na transcrição acima, referida por “vida espiritual”), porque essa opção, por si só, já é prenúncio de significativas possibilidades futuras de transformações relacionadas com o nosso modo de ser, de pensar, e de viver.

Esta mensagem foi motivada pela interessante abordagem da jornalista Roberta Lotti, da Associação Palas Athena, publicada na edição n.220, de junho de 2017, da Revista Bons Fluidos, lançada no Brasil em 1996 pela Editora Caras. Em síntese, é um sugestivo convite para se ficar mais perceptivo nesta época do ano (estação do inverno), quando somos mais influenciados para exercitar a prática da “auto-observação”. Destaco o seguinte:

– A Natureza é uma grande mestra e mostra que tudo tem a “estação certa”. Agora é a vez do recolhimento sereno… de acender a luz interna… de investigar os frutos que queremos deixar para o mundo. Na vida, experimentamos momentos dinâmicos e de agitação seguidos por esvaziamentos e paradas, essenciais para o surgimento de novos ciclos. Assim são as estações do ano, que em um movimento de expansão (primavera-verão) e contração (outono-inverno) nos remetem aos ritmos necessários ao fluxo do bem-estar.

Complementa a psicóloga e psicoterapeuta Sandra Taiar, com este esclarecimento:

– É um tempo de purificação das intenções, de se libertar dos velhos padrões negativos e se preparar para as mudanças que virão na próxima temporada. É um momento de ir mais fundo na alma, buscar harmonia, olhar as estrelas.

Por sua vez, de modo conclusivo também reforça o filósofo francês Edgar Morin, citado por Roberta Lotti:

– (…) ao amadurecer a consciência de que somos parte da comunidade da vida, nos humanizamos e, portanto, temos mais condições de sanar as crises de valores no plano das relações e convivências. Saber que uma estação chegou ao fim e outra começa, portanto, implica muito mais do que observar as novas coleções de roupas que ocupam as vitrines. É quase um repactuar de perspectivas.

Termino esta mensagem, manifestando o meu convencimento de que todos nós somos seres de natureza sensória cíclica e, portanto, sujeitos às influências que, como acontece com as mudanças das fases da lua, atuam na nossa realidade interior.

Notas:

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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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