(457)Sentindo as previsões astrológicas, como contribuições para o “autoconhecimento”.

“Tantas coisas passam pela sua alma! Nem todas são valiosas nem tampouco todas merecem sua atenção, é necessário você selecionar intencionalmente o que vai permitir que aninhe em sua mente e continue sendo pensado.”

São palavras de Oscar Quiroga, em uma das previsões astrológicas do seu horóscopo divulgado hoje, dia 16 de dezembro de 2024. Considero também ser um proveitoso aconselhamento para as nossas “tomadas de decisões” diante certos estados de incertezas que, por vezes, nos surpreendem. Sob essa perspectiva, vejam que interessante: No seu mais recente livro, “Diálogos sobre a natureza humana – Perfectibilidade e Imperfectibilidade”, lançado no Brasil em 2023 pela Editora nVersos, o conhecido filósofo Luiz Felipe Pondé explica que no estoicismo há uma busca de autonomia, que os estoicos chamam de Autárkeia, ou “eu mesmo ser o princípio do modo como eu vivo”. Concordo com esse entendimento dos estoicos porque, cada um de nós, temos e vivenciamos uma nossa “realidade existencial” e também “psíquica”, que nos influenciam no nosso “modo de ser”, de “agir” e de “pensar”. Voltemos a nossa atenção para a previsão astrológica de Quiroga:

– “Tantas coisas passam pela sua alma! Nem todas são valiosas nem tampouco todas merecem sua atenção, é necessário você selecionar intencionalmente o que vai permitir que aninhe em sua mente e continue sendo pensado.”

Vejam [com minhas palavras] que interessante recomendação de Quiroga: – Nós devemos avaliar com mais atenção o que, aparentemente, nos interessa ou não. O que motivou este nosso encontro foi justamente a subjetividade dessa “avaliação” porque, como entendo, também pode se processar auxiliada pelo nosso “inconsciente“. Aliás, um dos principais fundamentos da teoria psicanalítica é o reconhecimento de que os processos psíquicos são em sua imensa maioria, “inconscientes”. A respeito, Jung reconhecia que o “inconsciente” se refere a tudo o que é desconhecido da nossa psique. Sobre as práticas de “análises”, termino este nosso encontro com esta detalhada explicação da psicanalista francesa Dominique Fingermann:

– “A linguagem no processo de análise é fundamental para o analisando se tornar uma espécie de historiador de si próprio ao longo do tratamento. Essa procura, esse exercício que se repete nas sessões de terapia, promove a transferência, um fenômeno que acontece entre o analisando e o analista, no qual ocorre a repetição de modelos infantis e figuras referenciais do passado, criando espaço para que afetividades, sentimentos e desejos aflorarem e sejam vivenciados e sentidos pelo analisando. A forma como o analista irá manipular essa transferência poderá aproximar o paciente de um entendimento sobre suas questões e conflitos. Essa etapa marca a primeira virada da análise, porque, ao se ouvir, o paciente passa a deduzir sua implicação nos relatos.
“Eu sempre falo que o trabalho analítico é como o trabalho de uma mulher rendeira. Ela vai bordar em torno dos furos e isso não quer dizer que vai cerzir os furos. Na medida em que você produz, vão se identificando, se localizando os furos em torno do qual o analisando borda. Em certa medida, é isso que se consegue deduzir no final de uma análise, são esses furos, que é aquilo que não se liga, que não tem sentido, o que não tem uma significação. Mas é a partir disso que se vai localizar uma identidade, é a partir disso que surgirá algo novo.”

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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