Sempre considerei ser o “amor”, uma necessidade existencial e de unificação espiritual. O escritor e poeta Mario Quintana, defendia que “o amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser”. A essência do sentimento de “amor” manifesta-se em nós, por meio de uma envolvente “energia de atração” que une os seres humanos. É a mesma que nos une aos animais de estimação e aos encantos da natureza. Nem sempre estará ao nosso alcance para ser sentida. Mas, como já experienciei, também surge de um encontro ao “acaso”. Com sabedoria de percepção interior, ensina Paulo Coelho que “é preciso buscar o amor onde estiver”, porque “ao momento em que partimos em busca de amor, ele também parte ao nosso encontro”.
O que motivou esta mensagem, foi este meu “pensar”:
– O AMOR É UMA “NECESSIDADE EXISTENCIAL” QUE COMPLETA O SER HUMANO “A SI MESMO”.
Pergunto:
– Como explicar essa necessidade?
Sob uma perspectiva da nossa subjetividade interior, concordo com o médico e psicoterapeuta Carlos São Paulo, repetidas vezes citado neste espaço virtual (mensagens 092, 109, 116, 147). Na edição 131 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala, ele inicia o seu comentário sobre o livro “O Visconde Partido ao Meio”, do escritor cubano Ítalo Calvino, publicação da Editora Companhia das Letras, com esta afirmação:
– Amar o outro faz-nos perceber nossa incompletude. Ao notarmos em nós mesmos dois lados como inimigos irreconciliáveis, sentimos a luta entre eles e também a dor de se ferirem para unirem-se em um todo chamado indivíduo, É dessa forma que obtemos o verdadeiro ato de amar a si e ao outro.
Após resumir a fábula inspiradora de Ítalo Calvino, complementa sobre a nossa subjetiva “dualidade interior”:
– Um homem vivendo sua unilateralidade como o bem absoluto ou o mal absoluto é alguém que prejudica os demais e a si próprio com a sua incompletude. (…) Quando metade de nós mesmos não consegue amar, e essa condição pertence a outra metade à qual não conseguimos estar unidos, o objeto do nosso amor poderá nos fazer sentir confusão já que não estamos inteiros nesse ato. (…) Somente o homem consciente de sua incompletude e em busca de se harmonizar com a natureza que o acolhe, e que ele chama de Deus, é que poderá tornar-se um indivíduo.
Cabe registrar que o enfoque da análise do Doutor Carlos São Paulo sobre as revelações sensórias da nossa “dualidade interior”, está embasado neste ensinamento da Psicologia de C. G. Jung:
– Todas as vezes em que o homem se encontra num de seus extremos, sua outra parte o avisa em sonhos.
Certo é que todos nós sentimos as influências recebidas dessa nossa “dualidade interior” que, como acredito, podem projetar, de modo consciente, os nossos conflitos de “necessidades sensórias” de preferências amorosas. Para a efetiva consolidação de um envolvimento amoroso, precisamos conhecer as “necessidades existências” da nossa incompletude interior.
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.