SÓ PODEMOS APREENDER O REAL POR MEIO DAS REPRESENTAÇÕES E INTEPRETAÇÕES. UMA REALIDADE HUMANIZADA: NÃO A CONHECEMOS DIRETAMENTE, MAS POR MEIO DO NOSSO ESPÍRITO HUMANO, TRADUZIDA/RECONSTRUÍDA NÃO SÓ PELAS NOSSAS PERCEPÇÕES, COMO TAMBÉM PELA NOSSA LINGUAGEM, NOSSAS TEORIAS OU FILOSOFIAS, NOSSAS CULTURAS E SOCIEDADES. NESSA ÓTICA, NOSSOS SENTIMENTOS VIVIDOS, SUBJETIVOS, NOS PARECEM MAIS REAIS QUE TUDO. PARA NÓS, HUMANOS, A AFETIVIDADE, QUE É A PRÓPRIA SUBJETIVIDADE, É O NÚCLEO DURO DA NOSSA REALIDADE.
São palavras do sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, reproduzidas do seu livro “Conhecimento, Ignorância e Mistério”, publicado pela Editora Bertrand Brasil com tradução de Clóvis Marques. Neste mês de julho Morin completou 100 anos de idade. Para quem ainda não conhece, selecionei desse seu livro, lançado no Brasil em 2020, esta síntese da sua profunda e consistente análise sobre a relação entre “diversidade e unidade”:
Nesta pandemia quando estou emocionalmente fragilizado, penso neste “sentir” de Edgar Morin:
– O DESTINO DA HUMANIDADE É DESCONHECIDO, MAS SABEMOS QUE O PROCESSO DE EXISTIR MODIFICA-SE.
Vejam que Morin está se referindo à duas abstrações distintas: a de “destino” e de “existência”. Mas com as palavras iniciais desta mensagem ele afirma, de modo conclusivo, que nós só podemos apreender o “real” por meio das nossas “representações” e “interpretações” (para mim, é o mostrar interior do “simbólico” em cada um de nós). logo em seguida, externa o seu entendimento no sentido de que a “realidade do mundo exterior” é uma “realidade humanizada”. Complemento: Para Georg Hegel (por muitos considerado o filósofo mais famoso da Alemanha, no início do século XIX), a realidade é como algo não material. É o que existe para nós, que se manifesta na nossa consciência. É o espírito, é tanto o pensamento, quanto tudo que é conhecido pelo pensamento, mas sendo sempre influenciado pelo nosso desenvolvimento histórico.
Pergunto:
– VOCÊ “ACREDITA” QUE PODEMOS CRIAR REALIDADES DE VIDA PARA, QUANDO DESEJADO, MODIFICAR O CURSO CONTÍNUO DO NOSSO EXISTIR?
Provavelmente a grande maioria responderá que depende apenas do nosso “querer”, do nosso “acreditar”. Acontece que não basta simplesmente “acreditar”. Também precisamos confiar nos resultados das nossas crenças. O filósofo americano William James (defensor do “acreditar” como sendo um “direito da pessoa”), sustentava este exemplo: quem está perdido em uma floresta, com muita fome, ao encontrar uma trilha pode “acreditar” que ela não o levará para nenhuma saída. Mas, ao contrário, poderá “acreditar” na possibilidade do encontro da saída desejada e não continuar perdido e nem morrer de fome. Para William James, o nosso “acreditar” pode se tornar “verdades”. Este foi o seu precioso ensinamento:
– AJA COMO SE O QUE VOCÊ FAZ FIZESSE DIFERENÇA.
Termino esta mensagem convidando você para pensar neste “sentir” do astrólogo Oscar Quiroga, por ele transmitido na introdução do seu horóscopo que, por coincidência, foi publicado hoje na edição do jornal Correio Braziliense:
– O real é a continuidade.
Começos, meios e fins, parece sensato afirmar que tudo é temporário, que nada permanece, porque a realidade se apresenta assim a nossa percepção, já que nós nascemos, existimos e falecemos, desaparecendo da vista dos outros. Porém, por trás dos bastidores dessa realidade aparente, o Universo trabalha com perpétua continuidade. Os átomos que constituem nossos corpos não são novos, foram emprestados de uma realidade anterior, que sempre esteve aí e que, quando falecemos, se reintegra ao depositório universal para ser reaproveitada. A eterna continuidade é a realidade que não percebemos de imediato, mas que nos instiga a que a busquemos, pois, se compreendêssemos a imortalidade, deixaríamos de existir em torno da mera sobrevivência, e passaríamos a aproveitar o tempo para desfrutar das experiências e sermos livres para criar.
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.