(099) Sentindo, com a musicalidade interior das “emoções” e dos “sentimentos”, sempre ser possível “namorar com a vida”.

O “Sensibilidade da Alma” é um convite para trilhar o caminho do autoconhecimento. É incentivo para a busca de transformações do nosso “viver”, sempre em sintonia de “harmonização interior”. Nós somos o que sentimos. A singularidade do ser humano está na essência da “Sensibilidade da Alma”. São essas “transformações” que podem ser alcançadas através da permanente “observação de si mesmo”, por meio do escutar a nossa “voz interior”.

A motivação desta mensagem foi a leitura da entrevista do psicanalista e músico, Fernando Savaglia, publicada na Revista PSIQUE, Ano IX, no 118, lançada no Brasil pela Editora Escala, com este belo título – “A música permite namorar com a vida”.

A base das suas respostas foi a comprovação da Neurociência, no sentido de que “a música ativa certas zonas cerebrais, podendo atuar sobre o nosso humor ao liberar neurotransmissores (…) que exercem enorme influência sobre o bem-estar emocional em cada um de nós”.

Um dos enfoques que apreciei na entrevista, foi a peculiaridade da atuação de Fernando Savaglia, como psicanalista, que consiste em sugerir que sejam intituladas algumas sessões, como forma de seus pacientes se apropriarem de suas histórias. Essa técnica foi assim explicada por Fernando Savaglia:

Psique: Você criou um método de nomear a sessão, ou seja, ao final de cada self terapêutico pede para que o paciente dê a ela um título? Como funciona isso e qual o objetivo?

Fernando: Não necessariamente em todas as sessões, mas em muitas, sim. Dar um nome é mais do que uma síntese do que foi conversado, propicia um sentimento de apropriação do que foi elaborado. Não é raro também acontecer de o analisando ter um insight na hora de escolher esse nome, assim como permite, quando necessário, “retomar” algo relacionado à sessão anterior. (…) Os nomes nas sessões auxiliam a ordenar a desordem que as emoções provocam em suas respectivas etapas.

Comentário: Observa-se, com facilidade, o uso da “percepção interior” da “Sensibilidade da Alma” desse conceituado Psicanalista, essencialmente voltada para a estruturação da sua função de “facilitador terapêutico”, contribuindo para o melhor aproveitamento emocional dos seus pacientes.

Nesta oportunidade, esclareço que venho sendo intuído para usar este espaço virtual no sentido de poder ajudar as pessoas que estão vivenciando certas doenças, como Alzheimer, Parkinson, e outras. Sobre a primeira, sugiro complementar a leitura desta mensagem com a que foi postada em 23.03.2015, com o título “Sentindo, no olhar, a “Sensibilidade da Alma”.

Peço atenção para este exemplo citado por Fernando Savaglia, na mencionada entrevista:

PSIQUE: Em sua reflexão e experiência profissional, quais as relações entre música e Psicanálise? Seria o fato de que ambas as manifestações envolvem o inconsciente, ou seja, a Psicanálise lida com afetos e a música desperta profundas emoções?

Fernando: Há alguns anos li um artigo de um professor de Psicologia Cognitiva, chamado Emmanuel Bigand, da Universidade de Bourgogne, em Dijon. Em seu texto, ele apontava um paradoxo em relação à música, se perguntando como um estímulo artificial, que não desempenha papel biológico direto para a sobrevivência, adaptação ou reprodução da espécie, é capaz de produzir tamanho efeito no ser humano?
Certa vez, um paciente me contou uma experiência incrível com seu pai em estado avançado de Alzheimer. Todo sábado eles almoçavam juntos, ainda que a comunicação praticamente não existisse mais. Numa dessas visitas começou a mexer em antigos discos de tango, uma das paixões de seu pai que havia morado anos em Buenos Aires. Curioso para saber se o velho toca-discos ainda funcionava, colocou um dos longplays para tocar. Para sua enorme surpresa e de todos que estavam lá, a música religou alguma conexão sináptica do pai, que pegou na mão da enfermeira e, como ele mesmo disse, saiu a “bailar una milonga de verdad” pela sala. Mais do que conectar o pai à realidade, o som propiciou, ainda que por alguns momentos, que ele voltasse a “namorar com a vida”. A música é capaz disso.

Observa-se que apesar dos sintomas significativos de Alzheimer, principalmente relacionados com a memória dos pacientes, sob determinadas estimulações específicas há possibilidades de serem reativada algumas manifestações de registros de marcantes experiências de um determinado “sentir” com a “Sensibilidade da Alma”. A respeito, como ensina Antoine de Sant-Exupéry, na conhecida obra “O Pequeno Príncipe” – “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos Olhos”.

Com essa lição de vida de Sant-Exupéry, termino esta mensagem pedindo para você ensinar que, escutando as “emoções” e os “sentimentos”, será possível “Namorar com a Vida”.

Notas:

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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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