(178) Sentindo que podemos sentir “emoções desconhecidas”.

Os acessos a este espaço virtual devem ser de encontros “consigo mesmo”, com a sua “subjetividade”. Esse é o sentido da nossa jornada de “autoconhecimento” e principalmente de “harmonização interior”. É o sentido de todas as nossas “buscas”, inclusive as de transcendência “espiritual”. Certo é que tudo está “dentro de nós”, manifestando-se em nós pelas projeções sensórias recebidas da nossa “Sensibilidade da Alma”. Somos o que sentimos ser para nós mesmos. Mas é preciso “sentir” a essência da nossa subjetiva potencialidade interior. A singularidade do ser humano é conhecida e diferenciada através da nossa “Sensibilidade da Alma”.

O que me inspirou esta mensagem foi o recente estudo de Dacher Kelner, professor de psicologia da Universidade da Califórnia, publicado na revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences”. Com o resultado das suas pesquisas, ele anunciou a descoberta de vinte e sete tipos de emoções distintas, ampliando os seis conhecidos e ensinados pela psicologia através dos seguintes sentimentos: – felicidade, tristeza, medo, surpresa, raiva e nojo. São estes os estados emocionais por ele relatados: admiração, adoração, apreciação estética, diversão, ansiedade, temor, estranheza, tédio, calma, confusão, desejo, nojo, dor empática, encantamento, inveja, excitação, medo, horror, interesse, alegria, nostalgia, romance, tristeza, satisfação, desejo sexual, simpatia e triunfo.
Para Alan Cowen, autor principal desse estudo, “Tudo está interligado”. “As experiências emocionais [são] muito mais ricas e mais matizadas do que se pensava anteriormente”.

Sinto-me no dever de esclarecer que não sou da área de saúde, mas sempre tive interesse pelas descobertas da neurociência cognitiva sobre “emoções” e “sentimentos”.

De acordo com a natureza da proposta deste espaço virtual (mensagem 001), destaco estas considerações do meu “pensar”, ensejadoras destas perguntas que faço para você:

– O que as emoções revelam para nós? Elas transmitem algum significado conhecido ou ainda desconhecido no nosso viver?

Para o interior alcance sensório do “Tornar-se quem você é” (conceito de individuação do psiquiatra Carl Jung), entendo que o ser humano precisa conhecer e procurar os significados das suas “emoções” e “sentimentos”. Aliás, cabe lembrar esta advertência do próprio Carl Jung:

– O homem não pode avançar por conta própria se não possuir um conhecimento mais apurado a respeito de sua própria natureza (OC 11/4 § 746).

Sob essa perspectiva, entendo que a nossa existência individual também poderá ficar sensitivamente dimensionada por uma nossa “consciência transpessoal” (entenda-se, como conexão de expansão de consciência). Será nesse estado de sintonia interior que, como acredito, podemos ficar subjetivamente influenciados por “matizes sensórias” de “emoções” ainda desconhecidas, mas ao alcance de todos. Cito estes dois exemplos de emoções personalíssimas (de cada pessoa), por mim denominadas “emoções de transcendência existencial”: 1. Sentir-se interiormente vivenciando um estado de “elevação espiritual”. 2. O “estado de iluminação” de BUDA.

Como sugestão de leitura complementar, recomendo o belo livro “Sentimentos, valores e espiritualidade – Um caminho junguiano para o desenvolvimento espiritual”, da médica clínica, homeopata e analista junguiana, Doutora Daniela Benzecry, lançado no Brasil pela Editora VOZES, que já enriqueceu este espaço virtual (mensagens 172 e 173).

Gosto destas suas explicações:

1. A emoção, a semelhança de um reflexo isoladamente, não passa pela consciência. A emoção é anterior ao sentimento, o qual passa pela consciência.
2. Na dinâmica da vida, um sentimento também pode influenciar na emoção.
3. Um estímulo pode desencadear uma emoção e esta gerar determinados sentimentos específicos.
4. Uma emoção é principalmente formada por ações que se dão no corpo.
5. Quando uma emoção está ocorrendo no organismo (formado por corpo e mente) ela é percebida conscientemente pelo sentimento gerado.

Como as “emoções” são conscientizadas e definidas pelos nossos “sentimentos”, termino com esta afirmação do neurocientista António Damásio, que selecionei do seu livro “o mistério da consciência, do corpo, das emoções ao conhecimento de si”, lançado no Brasil pela Editora Companhia Das Letras”:

– A CONSCIÊNCIA TEM DE ESTAR PRESENTE PARA QUE OS SENTIMENTOS INFLUENCIEM O INDIVÍDUO QUE OS TEM, ALÉM DO AQUI E AGORA IMEDIATO.

Notas:

1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
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Muita paz e harmonia espiritual.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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