(280) Sentindo o que “devemos” e “podemos” aprender com a pandemia do coronavírus.

“EXPERIÊNCIA NÃO É O QUE ACONTECE COM VOCÊ; É O QUE VOCÊ FAZ COM O QUE LHE ACONTECE”
São palavras do escritor inglês Aldous Huxley (1894-1963), autor do romance “Admirável Mundo Novo” que recebeu este comentário do médico e psicoterapeuta junguiano, Carlos São Paulo:

– Traz em seu enredo uma séria reflexão psicossocial. Nela, percebemos, pela ironia do autor, a realidade dos sentimentos de um homem que temia ver a humanidade perder a sagrada condição da individualidade e viver como canta Zé Ramalho:
“Eh, ôô, vida de gado, povo marcado, êê povo feliz”. Um mundo que separa o amor do sexo, pois se tem o outro apenas para viver uma experiência corporal sem o interesse autêntico pela pessoa. É um mundo que até para reproduzir se dispensaria a volúpia.

Em seguida, ele reforça:

– Esse pânico da humanidade refere-se à perda da individualidade. Cada ser veio ao mundo com características únicas, como são as suas impressões digitais, para fazer o seu caminho solitário. No Admirável Mundo Novo, o homem nasce com um destino planejado. A Psicologia vira uma matemática de programar a mente, como se o homem fosse só uma máquina, esquecendo-se de sua alma.

A finalidade desta mensagem foi motivada pelas palavras escolhidas para o seu início. A minha intenção, em termos de reconhecimento de “experiência pessoal”, teve por objetivo sugerir que você faça um exercício de “autoconhecimento” para poder avaliar como vem suportando essa triste e preocupante pandemia do coronavírus. Foi quando lembrei do referido livro de Aldous Huxley e resolvi reproduzir parte do comentário do doutor Carlos São Paulo.

Como não poderia deixar de ser, certamente muitos de nós estamos vivenciando sensações indesejadas, como a de medo, de insegurança e fragilidade emocional. Todas causadas pelas consequências de um pânico coletivo, agravadas pela notória falta de condições materiais e principalmente pelo reduzido número de profissionais no sistema médico-hospitalar do nosso país.

Nesse sugestivo exercício de “autoconhecimento”, de acordo com o “sentir” de Aldous Huxley (experiência não é o que está acontecendo com a gente, mas o que estamos fazendo com o que está acontecendo em todos nós) “devemos” e “precisamos” abstrair do nosso dia a dia tudo que nos incomoda (por exemplo: noticiário, casos comprovados e número de mortes). Outra recomendação valiosa: Não devemos querer saber como será o nosso “pós-pandemia”. Em nossas vidas, tudo acontece “quando” e “como” tem que acontecer. Nunca “como queremos” que aconteça. Para mim, prefiro acreditar:

– NA VIDA TUDO ACONTECE NO TEMPO DE DEUS!

Nós “devemos” e “precisamos” pensar no “nosso agora”, porque diferente dos habitantes do “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley, temos a nossa singularidade existencial bem definida, individualizada, personalíssima. Nós somos “SERES ÚNICOS”, com missão de vida por merecimento de aprendizados advindos de dimensões transcendentes da nossa evolução espiritual. Assim acredito.

– NÓS SOMOS VIAJANTES DO NOSSO DESTINO!

Também não “devemos” e nem “precisamos” ficar pensando no “pós-pandemia”, porque no homem a sua imaginação é limitada. No seu artigo “De que é feito o pensamento?”, esclarece Tim Bayne, que é filósofo, doutor em psicologia e professor da Universidade de Manchester, no Reino Unido:

– UMA COISA É CONCEBER QUE HÁ ALGUNS ASPECTOS DA REALIDADE ALÉM DO NOSSO ALCANCE; OUTRA BEM DIFERENTE É IDENTIFICAR O QUE PODERIAM SER.

Todos nós estamos vivendo momentos muitos difíceis e assustadores. Para vencer o coronavírus “devemos” e “precisamos” acreditar nos nossos “sonhos”, mas sempre com o sentimento de Deus no coração.

Gosto deste belo “sentir” do doutor Carlos São Paulo:

– UM DIA CHEGAREMOS AO MUNDO DOS NOSSOS SONHOS. É UM MUNDO COLORIDO, ONDE DISPENSAREMOS O NOSSO CONCEITO DE VERDADE. LÁ, O ENCONTRO DO MAR COM O CÉU SERÁ ENTENDIDO POR TODOS E NÃO, APENAS, PELOS POETAS.

Acredito que todos nós temos a capacidade de suportar e vencer a pandemia do coronavírus, pela força interior do que pensamos e sentimos.

Termino esta mensagem, com este “sentir” do médico indiano Deepak Chopra:

– POR MAIS PERTURBADOR QUE POSSA PARECER, É INCRIVELMENTE LIBERTADOR PERCEBER QUE VOCÊ PODE MUDAR SEU MUNDO – INCLUSIVE SEU CORPO – SIMPLESMENTE MUDANDO A SUA PERCEPÇÃO.

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.As citações do doutro Carlos São Paulo foram respectivamente reproduzidas da sua coluna “divã literário”, publicadas nas edições 65 e 95 da Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala; a do filósofo Tim Bayne, da edição n. 262, Ano XXI, da Revista Mente Cérebro, da Scientific American, lançada no Brasil por duettoeditorial.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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