(485) Sentindo os sentimentos de “Religiosidade” e de “Fé”.

A primeira coisa que se aprende em filosofia é que o que importa são as perguntas, e não, necessariamente, as respostas. Filosofar é aprender a fazer perguntas significativas que nos tornam mais inteligentes e mais interessantes (não, necessariamente, mais felizes), mesmo que sejamos mera poeira que pensa no vazio do universo, ou talvez, exatamente por isso.

São palavras do filósofo brasileiro, Luiz Felipe Pondé no seu livro “Como aprendi a pensar – Os filósofos que me formaram”, publicação da Editora Planeta que recomendo a leitura. O que motivou este nosso encontro foi um “chamado intuitivo” para pedir a atenção dos meus seguidores para os sentimentos de “Religiosidade” e de “Fé”.
Vejam que estou considerando “Religiosidade” e “Fé” com sendo dois sentimentos que, como acredito, fazem parte da natureza humana e são despertos em nós.

A ciência busca uma explicação para esses nossos dois estados de alma. O neurocientista Mario Beauregard, professor da Universidade de Montreal, em suas pesquisas sobre as nossas “experiências místicas” tem se dedicado à localização no cérebro humano que viabiliza uma espécie de percepção de transcendência de natureza mística. Os pesquisadores que procuram descobrir as bases neurais dos sentimentos religiosos, são chamados de neuroteólogos. Exames sofisticados de imagem, mostram que a origem dos sentimentos religiosos podem estar em processos neurológicos complexos. O neurologista António Damásio [muito citado nesta nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada interior de transformação], reconhece no seu livro “O mistério da Consciência – do corpo e das emoções ao conhecimento de si”, publicação da Editora Companhia Das Letras com tradução de Laura Texeira Motta:

– “Ter sentimento é extraordinariamente valioso para a orquestração da sobrevivência. (…) Em outras palavras, “sentir” sentimentos amplia o alcance das emoções, facilitando o planejamento de formas de reação adaptativa que sejam novas e talhadas sob medida para a ocasião. (…) Agora, considere o seguinte: conhecer um sentimento requer um sujeito conhecedor. Ao procurar uma boa razão para a durabilidade da consciência na evolução, não seria uma tolice dizer que a consciência perdurou porque os organismos que dela são dotados podiam “sentir” seus sentimentos.”

Gosto desta síntese de Detlef Linke (1945-2005), que em vida foi neurologista do Hospital Universitário de Bonn, onde também lecionou: – “A religião certamente é mais que um determinado estado emocional vivido em plenitude.”

Quanto ao nosso sentimento de “, para mim defino com esta palavra – “ACREDITAR“.

Termino este nosso encontro com esta manifestação de sentimento de Fafá de Belém:

Notas:
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3. Vídeo de Fafá de Belém, interpretando “Nossa Senhora”, composição de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, do EP “Amor e fé, reproduzido do YouTube.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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