(519) Sentindo as nossas realidades.

A nossa sensação de realidade é criada pela nossa percepção; pela maneira como enxergamos nossas experiências, e não pelos eventos em si.

São palavras de um dos fundadores da Gestalt-terapia, o psicoterapeuta e psiquiatra Fritz Perls (1893-1970). Que belo ensinamento de “autoconhecimento”! Inclusive porque Perls entendia e preconizou, que todos nós podemos modificar as nossas “realidades internas”, que somos responsáveis por elas. Como entendo, também é isso que nos diferencia, que subjetivamente ajuda definir para nós mesmos e para todos a nossa “singularidade existencial”. É o que Jung chamava de possibilidade de conexão com o nosso “eu interior”, base subjetiva para construir o nosso “próprio mundo”, o nosso “mundo interior”. Explica o médico e psicoterapeuta junguiano Carlos São Paulo:

– “Jung entendia que fatores interiores, em conjugação com fatores exteriores, registrados pela percepção, recebem forma e sentido ao formar imagens. Todo produto psíquico se revela em imagens. A lua, como um olho da noite, faz os objetos iluminados por ela ganharem imagens distorcidas. Todo produto psíquico se revela em imagens.”

Por sua vez, para Freud, a realidade determinante na vida humana é a nossa “realidade psíquica” (mensagens 336 e 347), pois o mais importante é como interpretamos aquilo que aconteceu em nossas vidas, e não como aconteceu.

Gosto desta explicação da psicóloga Cláudia Maria Pádua, no seu trabalho “As profundezas do indivíduo”, publicado na edição 151 da Revista PSIQUE, da Editora Escala:

– “A forma com que agimos é determinada pela percepção singular que temos do mundo, ou seja, como nosso cérebro estrutura o mundo ao seu redor e o delimita. Algumas aptidões são inatas.

Certo é que nós somos influenciados por várias realidades, além da nossa, da nossa interioridade. Assim, termino este nosso encontro com esta declaração da poetisa Adélia Pado:

– “De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo. O mundo é cheio de departamentos, não é uma bola bonita caminhando solta no espaço.”

Pensem nisso.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. A explicação do doutor Carlos São Paulo foi reproduzida da sua coluna publicada na edição 101 da Revista Psique, da Editora Escala.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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