“O objetivo de uma análise muda radicalmente: não é mais trazer à tona o inconsciente, mas desenvolver os instrumentos que permitem a expansão da capacidade de pensar do paciente.”
São palavras do médico italiano Antonio Ferro, que também é psiquiatra e psicanalista de crianças, adolescentes e adultos, analista didata e supervisor na Società Psicoanalitica Italiana (SPI), e membro da American Psychoanalytical (A PsaA). No seu interessante artigo, “Aparelho para Pensar”, publicado na Edição 174 da Revista Umanitas, da Editora Escala, Marta Petricciani, que é membro efetivo e analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e da Inernacional International Pssychonalytical Association (IPA), explica:
– Antonio Ferro entende que “uma das maiores dificuldades da nossa espécie é a gestão do proto-emocional [que são experiências emocionais e processos emocionais que ocorrem em etapas iniciais da vida] e do protossensorial. Isto é, somos constantemente ‘invadidos’ por todo tipo de estimulação interna e externa e dispomos de aparatos e instrumentos apenas relativamente capazes de transformar as protoemoções e prossensorialidadades em pensar, sentir, e sonhar”.
Comenta Marta Petricciani (numerei):
1. “Dessa forma, a tarefa da mente é a de operar uma transformação elaborativa em direção ao pensamento, mas, segundo Ferro, o problema da espécie ‘Homo sapiens’ é o de ter uma mente que necessita de cuidados para se desenvolver de forma harmônica e cujas falências do desenvolvimento levam a uma série de patologias.
2. “Para que esse desenvolvimento possa acontecer no encontro analista/paciente, o mais importante não é que o analista busque uma verdade para comunicar ao paciente, ou uma profundidade de interpretação, mas que esteja em uníssono com ele. Nesse sentido, a interpretação pode ser vista como um ato de apreensão metafórica do processo de constituição de experiências emocionais e da possibilidade de pensar essas experiências. Na base de suas concepções está presente o modelo do sonho em estado de vigília. Nesse sentido, as narrações do paciente não devem ser interpretadas ou, menos ainda, decodificadas, como se operássemos uma espécie de tradução simultânea: cabe ao analista ver como, aos poucos, as narrações do paciente podem ser transformadas para poderem se tornar instrumentos do desenvolvimento da sua capacidade de pensar.”
Com essas considerações, vejam como é muito importante externar através da fala, de modo consciente, tudo que subjetivamente sentimos, mas sempre sendo respeitada a nossa decisão individual de também se calar.
Pensem nisso.
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.