“AINDA QUE PAREÇA IMPOSSÍVEL DESCREVER OS SENTIMENTOS, VALE A PENA O ESFORÇO, PORQUE ASSIM SUA MENTE E CORAÇÃO SE CONECTARÃO E APROXIMARÃO. OS SENTIMENTOS SÃO INFORMAÇÕES PRECIOSAS, E SEMPRE MUITO CERTEIRAS.”
São palavras do astrólogo Oscar Quiroga em uma das previsões do seu horóscopo. Nem sempre os significados subjetivos e sensoriais da essência dos nossos sentimentos, podem ser por nós explicados. Apenas algumas das sensações que sentimos. Tim Maia (1942-1998) repetidas vezes dizia: “Gosto de cantar com sentimentos. Se não transmitir sentimento, não atinge ninguém.” Para a romancista Adélia Prado, “a coisa mais fina do mundo é o sentimento”. O escritor e poeta Alphonse de Lamartine (1790-1869) reconhecia “ser o sentimento a poesia da imaginação.” Para Leonardo da Vinci, “todo o nosso saber começa nos sentimentos.” Clarice Lispector (1920-1977) ensinava: “É necessário abrir os olhos e perceber as coisas boas dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.” – “Os sentimentos são sempre uma surpresa.” – “A saudade é um dos sentimentos mais urgentes que existem.”
Sobre para que servem os sentimentos, explica o neurologista António Damásio no seu livro “O mistério da consciência” – do corpo e das emoções ao conhecimento de si, publicação da Editora Companhia Das Letras, com tradução de Laura Teixeira Motta, pág. 229:
– Alguém poderia argumentar que emoções sem sentimentos seriam um mecanismo suficiente para regular a vida e promover a sobrevivência, que sinalizar os resultados desse mecanismo regulatório não seria necessário para a sobrevivência. Mas não é isso que acontece. Ter sentimentos é extraordinariamente valioso para a orquestração da sobrevivência. (…) A disponibilidade de sentimento também é um trampolim para o desenvolvimento seguinte – o sentimento de saber que temos sentimentos.
No seu mais recente livro, “A estranha ordem das coisas – as origens biológicas dos sentimentos e da cultura” (também publicado pela Companhia Das Letras), Damásio complementa depois de perguntar “se usamos sentimentos para construir nossa individualidade” [numerei]:
1. Sentimentos são as experiências subjetivas do estado da vida, isto é, da homeostase. (pág.35).
2. Os sentimentos nos dizem o que precisamos saber (pág.59). Acompanham a trajetória da vida em nosso organismo, tudo que percebemos, aprendemos, lembramos, imaginamos, raciocinamos, julgamos, decidimos, planejamos ou criamos mentalmente. (pág.119)
3. A ausência completa de sentimentos significaria uma suspensão da existência (…) comprometeria a natureza humana (pág.120).
4. A experiência sentida é um processo natural de avaliar a vida relativamente às suas experiências. (pág.126)
5. O material recordado mobiliza programas emotivos que produzem sentimentos correspondentes e reconhecíveis. (pág.133)
6. Os sentimentos, em si, nunca são memorizados, não podem ser recordados, mas recriados no momento, com maior ou menor fidelidade, para completar e acompanhar fatos recordados. (pág. 165)
Termino o nosso encontro com este “sentir” de Hegel (1770-1831), transmitido nos seus Cursos de Estética, realizados em Berlim entre 1820 e 1829 (publicação da Editora Martins Fontes, ano 1996, com tradução de Orlando Vitorino):
Quando é subjetiva a natureza dos objetos, quer dizer, quando os objetos existem no espírito, não fazem parte do mundo do material sensível, sabemos que existem no espírito como produtos da própria atividade espiritual. (…)
Evocar em nós todos os sentimentos possíveis, penetrar a nossa alma de todos os conteúdos vitais, realizar todos estes momentos interiores por meio de uma realidade exterior que da realidade só tem a aparência, eis no que consiste o particular poder, o poder por existência da arte. (…)
A obra de arte é um meio com o qual o homem exterioriza o que ele mesmo é. (…)
O sensível é objeto de contemplação, de intuição. Enquanto tal, não se dirige ao espírito mas à sensibilidade.
Pensem nisso.
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.
very good