(173) Sentido o despertar interior do “sentimento de felicidade”.

Há muito (e agora, intensificado com a criação deste espaço virtual), tenho vontade de expressar o meu “sentir”, o meu “pensar”, sobre o que é “FELICIDADE”. Sempre perguntei para mim mesmo: – Como explicar o “sentimento de felicidade”? O que é ser feliz? Nessa busca comprovei que para muitos, esse estado sensório normalmente é associado a uma enorme diversidade de condicionamentos externos à nossa interioridade. Não concordando, considero que “ser feliz” é uma experiência personalíssima de cada indivíduo. É manifestação da nossa singularidade, moldada pelas estruturas cerebrais, pelas nossas diferenças cognitivas e, também, genéticas. Nenhum ser humano é idêntico ao outro. São distintas as bases neurológicas dos nossos sentimentos e das nossas sensações de “prazer” e “bem-estar”.

O que motivou esta mensagem foi o experimento realizado em um laboratório em Zurique, na Suíça, comprovando que uma área do cérebro ligada à generosidade desencadeou resposta em outra parte relacionada à felicidade (Fonte: Revista científica “Nature Communications”, edição do dia 11 deste mês).

Por sua vez, reconheço que existem estudos conclusivos no sentido da prevalência genética do nosso estado sensório de “felicidade”, concebido como manifestação sensória de sentimentos positivos e agradáveis. A respeito, merece referência esta abordagem da antropóloga Helen Fisher, da Universidade de Rutgers, de Nova Jersey (EUA), publicada na conceituada Revista National Geographic, lançada no Brasil pela Editora Abril com o título “Cérebro: 100 coisas que você não sabia”, com tradução de Jamila Maia:

– Boa parte de nossa capacidade de sentir felicidade é determinada pelos genes. A felicidade e a alegria são emoções universalmente reconhecidas e parecem ser mais naturais do que cultivadas. Neurocientistas determinaram que mais de 60% da capacidade de alguém ter uma personalidade majoritariamente positiva vem de sua bagagem genética. O resto é adquirido através de experiências, emoções e pensamentos. Pesquisas também abordaram algumas das regiões associadas à felicidade. Entre elas, estão o hipotálamo, o núcleo accumbens e o septo. Cada região ligada ao prazer libera neurotransmissores e endorfinas, além de dopamina – que recebe emoções positivas.

Ora, se para os neurocientistas a percepção é uma interpretação do significado de um determinado estímulo, a busca de “felicidade” deverá voltar-se principalmente para nós mesmos, para o interior “encontro sensório” das nossas preferências, valores, e necessidades. Acrescente-se que o “sentimento de felicidade” também emerge e reflete a nossa “completude existencial” de estar plenamente satisfeito com a vida ou, por exemplo, com um relacionamento de amor (assim é explicado em psicologia, a abrangência significativa do “bem-estar subjetivo”).

Termino esta mensagem com este ensinamento da doutora Daniela Benzecry, encontrado no seu belo livro “Sentimentos, valores e espiritualidade” – Editora VOZES:

– Somos nós os responsáveis pelo que sentimos, pois os sentimentos dependem de nossa visão de mundo e de nossos valores.

Fiquem com Zélia Ducan provando que a “felicidade” vem de dentro de nós, e não de fora da gente.

Notas:

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3. Vídeo do youtube (“Zélia Duncan – Felicidade”, do DVD “Pelo Sabor do Gesto”).

Muita paz e harmonia espiritual

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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