(064) Sentindo um mosaico da filosofia budista, para as nossas “buscas interiores”.

Inicio esta mensagem reafirmando, neste espaço virtual, que não sou budista. Aprecio os fundamentos filosóficos de todas as correntes do budismo que se referem à relação de conexão com o nosso “eu”, mediante “buscas interiores”. É a prática do exercício do “voltar-se para si mesmo”, cuja essência, no budismo, foi preconizada na China com a escola Chan que no Japão deu origem ao budismo Zen (que se apoia no entendimento de que a meditação favorece o alcance interior do autoconhecimento).

Semanalmente recebo de amigos seguidores e praticantes do Budismo de Nitiren Daishonin, o jornal Brasil Seikyo. No suplemento da edição n. 2.290 detive a minha atenção para o “Princípio da cerejeira, ameixeira, pessegueiro e do damasqueiro”, ensejador desta explicação:

– Uma cerejeira é uma cerejeira; um pessegueiro é um pessegueiro. Não precisamos ser todos cerejeiras; assim como cada árvore floresce de um jeito só seu, deveríamos nos empenhar para viver de forma natural. (…) Há, porém, uma diferença entre “ser quem você é” e “permanecer como está”. Se você se contenta em permanecer como está, nunca vai se desenvolver. Refletindo profundamente sobre quem você realmente é e qual o seu propósito na vida, somando esforços e mais esforços e desafiando a si mesmo, fará desabrochar a flor da sua missão na vida. É o que acontece quando se põe em prática o princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”.
Para viver genuinamente sendo fiel a si mesmo, é preciso que realize a sua revolução humana – ou seja, desenvolver-se continuamente no nível mais profundo. Utilizando suas próprias palavras, se você se “conformar” com o “padrão” de se empenhar em sua revolução humana, certamente viverá (…) de maneira mais significativa.

Por sua vez, no livro “Fundamentos do Budismo”, publicado pela Editora Brasil Seikyo, encontrei o seguinte:

– Um buda é aquele que compreende em sua própria vida a essência, ou realidade da vida. Um buda é um ser humano, uma pessoa que desenvolveu uma sabedoria introspectiva nas profundezas de sua vida e descobriu nela a verdade eterna. Ele incentivou seus discípulos a voltar-se para sua vida, em vez de buscar algo no mundo exterior.

Para a finalidade desta mensagem, a essência dos ensinamentos do Buda Sidarta Gautama está assim definida pelo monge budista vietnamita Thich Nhat Hanh, no seu livro “A Essência dos Ensinamentos de Buda” (Título original – “The heart of the budda’s teaching”), publicado no Brasil pela Editora Rocco:

– Os ensinamentos budistas têm a intenção de despertar o nosso verdadeiro eu, e não aumentar nosso estoque de conhecimentos.

Neste espaço virtual, tenho repetidamente reiterado que o ser humano precisa conhecer a sua interioridade; suas emoções, seus sentimentos. Precisa estar consciente do seu objetivo interior (o que somente poderá ser alcançado através das suas buscas interiores). A respeito, gosto desta explicação da Monja Coen (primaz fundadora da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil) sobre as nossas “buscas interiores” (fonte: Introdução do seu livro “A sabedoria da transformação”, lançado pela Editora Academia; com direitos de edição reservados à Editora Planeta do Brasil):

– A Sabedoria da Transformação é um livro que reflete você em você. Você é a imagem refletida no espelho que é você. Quem observa? Quem é observado? O que é que reflete?
Refletir. É preciso que haja uma forma, é preciso que haja luz, é preciso que haja um local em que essa forma e essa luz se encontrem e se revelem – um lago tranquilo, um espelho precioso. Sua mente pode ser esse local. Se houver prática, haverá iluminação.

Certo é que a “iluminação” (como a do Buda Sidarta Gautama) é uma experiência de “quietude interior” que (também em todos nós) acontece com a plenitude do “silêncio” (do nosso “silêncio interior”).

Termino esta mensagem, com esta sabedoria de OSHO (fonte: “Destino, liberdade e alma”, publicado pela Editora Academia, com direitos de edição reservados à Editora Planeta do Brasil):

– O homem é uma busca – não uma pergunta, mas uma busca. Uma pergunta pode ser resolvida intelectualmente, mas uma busca tem de ser resolvida existencialmente. Não que estejamos buscando algumas respostas para algumas questões; estamos buscando algumas respostas para a nossa existência.
É uma busca porque as perguntas são sobre os outros. Uma busca é sobre si mesmo. O homem está buscando a si mesmo. Ele sabe que ele existe, mas também sabe que não sabe quem ele é.

Notas:
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3.Vídeo do youtube: “Flower of Japan”.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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