(143) Sentindo a subjetiva percepção interior do nosso “sentimento de liberdade”.

Há dez anos publique no site www.rogeriana.com, na Revista PSIQUE (lançada no Brasil pela Editora Escala), abordagem jurídica sobre a nossa “liberdade”, com enfoque exclusivo na Abordagem Centrada na Pessoa, do psicólogo americano Carl R. Rogers [por mim considerado o acompanhamento psicoterapêutico que mais respeita e preserva a liberdade do cliente]. Em síntese, sustentei que o ser humano não exerce a plenitude da sua liberdade, que possui conceito individual completamente diferente do seu conceito social. Destaco da conclusão desse trabalho, o seguinte:

– Sentir-se livre é uma sensação interior que está vinculada a um estado psíquico de realização pessoal plena. Por esta razão, a liberdade deve ser concebida, na sua essência, como sendo de origem existencial. Todo indivíduo nasce e existe para ser livre. Por sua vez, sendo a liberdade uma condição de realização e, também, de satisfação de estímulos de crescimento, não basta sentir-se livre porque todo indivíduo, nas suas vivências de interações ambientais, psíquicas e interpessoais, depende e necessita de opções de liberdade. Resumindo: todos nós precisamos manifestar a prática das nossas conscientizações de liberdade; precisamos exercer plenamente nossas liberdades (liberdade de ação; liberdade de omissão; liberdade de aprendizado; liberdade de escolha; liberdade de aceitação de si mesmo; liberdade de reconhecimento da realidade exterior e, principalmente, liberdade emocional). (…) quem não conhece os benefícios da prática terapêutica da Abordagem Centrada na Pessoa deve, nas suas vivências psicossociais, adotar um comportamento de conduta que possibilite o surgimento de uma personalidade mais expressiva da sua interioridade e que também ofereça oportunidades de crescimento, de aprendizado, de realização pessoal e, principalmente, o indispensável sentimento de “liberdade” nas suas interações interpessoais.

O que motivou esta mensagem, foi a subjetividade de qualquer aceitável resposta para esta pergunta:

– Com relação aos nossos interiores estímulos “sensórios”, “psíquicos”, e de necessidades de “sentir-se bem” em todos os sentidos, como vivenciar o nosso “sentimento de liberdade” em conexão existencial com as imposições recebidas da nossa “realidade exterior”?

No livro “O caminho da sabedoria”, lançado no Brasil pela Editora Alaúde [que sempre estou recomendando a leitura], encontrei esta explicação do monge budista Matthieu Ricard:

– Alguns imaginam que o fato de se libertar das emoções leva a um vazio interior que nos transforma em zumbis. Eles confundem vazio mental e liberdade da mente. A meta não é fazer desaparecer os pensamentos e as emoções, mas impedir que proliferem e nos escravizem. Os mestres e praticantes que alcançaram uma grande liberdade interior não se transformaram em vegetais. Ao contrário, mostraram mais qualidades que os outros.

Verifica-se que Matthieu se refere à “liberdade da mente” e à “liberdade interior”. Ora, se o ser humano tem “consciência de si mesmo”, da sua “subjetividade”, e, portanto, da sua “interiorização existencial”, respondo a pergunta acima, nestes termos:

– O nosso “sentimento de liberdade” sempre estará sujeito às condições objetivas de “percepção” da “realidade exterior” por nós vivenciada. Ao contrário, por dimensões infinitas e subjetivas do alcance do nosso “imaginário”, inexistem limitações e imposições para a percepção sensória do nosso “sentimento de liberdade”.

Talvez este meu entendimento esteja em sintonia com esta comprovação do neurocientista português António Damásio, Diretor do Instituto do Cérebro e da Criatividade da Universidade do Sul da Califórnia:

– Quando olhamos para o mar, não vemos apenas o azul do mar, sentimos que estamos a viver esse momento de percepção.

Notas:

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3. Vídeo youtube (“VOA LIBERDADE – JESSÉ).

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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