(151) Sentindo o conhecer a “si mesmo”.

Neste espaço virtual, repetidas vezes tenho afirmado que a essência da sua proposta (mensagem 001) não é sugestiva de práticas de “autoajuda”, mas de “autoconhecimento” através de “buscas interiores” que favoreçam o despertar da nossa “Sensibilidade da Alma” (que é a fonte de conhecimento da “subjetividade humana”). De acordo com esse esclarecimento, considero a mensagem 057 uma das mais expressiva em razão do seu enfoque: – a nossa “Individuação Existencial”. Volto ao tema, reproduzindo partes desta respostas do renomado analista Mario Jacoby, em entrevista publicada na Revista PSIQUE, Ano III, n. 26, lançada no Brasil pela Editora Escala:

Psique: Como o senhor avalia o processo de individuação ?

MJ. O processo de individuação pode ser descrito ou nomeado com outras palavras: tornar-se quem você é, ou realize-se a si mesmo. Assim, você é algo ou alguém, mas deve se tornar um Si mesmo (Self). Quem ou o que é esse você mesmo, esse Si mesmo? Na psicologia analítica de Jung o Si mesmo (Self) é algo bastante complexo e extensivo – e ao mesmo tempo simples. Mas o Si mesmo, como Jung entendeu, é muito mais do que normalmente queremos significar quando falamos de auto-comiseração, autoconfiança etc. Visto como uma unidade psicossomática, meu Si mesmo abrange tudo que compõe minha pessoa. E, como humanos, desenvolvemos imagens e avaliações sobre nós mesmos. Gosto de mim mesmo? Não gosto de mim? Carregamos internamente “representações” de nós mesmos que geralmente influenciam nosso ser e nossas ações. As imagens que rodeiam o Si mesmo são de grande significado para o bem-estar ou mal-estar psíquico; representam os problemas de autoimagem e autovalorização e têm papel central em muitas psicoterapias.

O que sei sobre mim nunca é o que sou inteiramente. Somos muito mais do que conhecemos sobre nós mesmos. E em muitas situações constituímos um mistério para nossa própria consciência. (…) Podemos significar comparando o Si mesmo a uma semente. Esta semente contém em si – como potencialidade essencial – a futura planta ou árvore. Poderíamos dizer que ela tem a potencialidade e a necessidade de crescer, de se transformar e se desenvolver em uma planta específica. Mas para tal suceder, necessita de um tipo de terra, temperatura, clima, tempo, etc.; em outras palavras: um ambiente facilitador.

Tudo o que tentei dizer, essencialmente, significa: tentar conectar-se com as energias criativas do Si mesmo, observando os sonhos que provêm do inconsciente, manter uma escuta para a imaginação, tentar encontrar algo criativo para se fazer. E, com respeito ao “ambiente facilitador” – essa é a tarefa do terapeuta -, prover o máximo possível um compreensão, um guia empático, e sentimento para as várias questões da transferência.

Com essa resposta, Mario Jacoby reafirmou esta sua observação clínica: – Noto com os clientes que muitos só conseguem desenvolver sua empatia se têm a chance de se sentir empaticamente compreendidos por seu terapeuta.

Termino esta mensagem, com este “pensar” de John Lennon:

– Se o homem buscasse conhecer-se a si mesmo primeiramente, metade dos problemas do mundo estariam resolvidos.

Notas:

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3. Vídeo youtube (“Meditação – Conhecendo melhor a si mesmo”).

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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