(116) Sentindo os “significados subjetivos” dos sonhos, que podem revelar a essência da nossa “Sensibilidade da Alma”.

Desde a criação deste espaço virtual, naturalmente recebo por “intuição” uma única palavra para ser desenvolvida como tema central das mensagens postadas. Para esta, veio-me à mente a palavra “SONHOS”. A evolução desse sugestivo processo de acolhimento de inspiração, emerge da posterior associação cognitiva do meu “sentir interior” com as “imagens sensórias” da minha “Sensibilidade da Alma”. É claro que o meu interesse pela leitura sempre ajuda, dependendo da natureza do enfoque desejado.

Para esta mensagem, lembrei da interessante coluna “Divã Literário”, assinada pelo médico e psicoterapeuta Carlos São Paulo, que mensalmente coloca no divã um livro de literatura para ser analisado sob a óptica junguiana. Na edição n. 102, Ano VIII, da Revista Psique, lançada no Brasil pela Editora Escala, o livro por ele escolhido foi “Memórias de Minhas Putas Tristes” (Editora Record), de Gabo, como era conhecido o consagrado escritor Gabriel García Márquez, laureado com o Nobel de Literatura de 1982.

O livro conta a história da passagem dos 90 anos de um jornalista, que ligou para uma amiga cafetina e pediu uma adolescente virgem naquele dia. O conto foi iniciado com esta frase:

– No ano de meus 90 anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem.

Observa-se, com facilidade, que o desejo desse “noventão” está psiquicamente estruturado em um “sonho”, certamente elaborado pelas projeções da sua “Sensibilidade da Alma”, aos 90 anos de vida.

O Doutor Carlos São Paulo, relata que ele conta “o modo como começou a perceber as mudanças psicobiológicas do envelhecimento: o esquecimento, as confusões, as lágrimas derramadas facilmente, lembranças de amores que poderiam ter sido e que não foram etc.” Conclui a sua abordagem, com esta explicação sobre os nossos “sonhos”:

– Nossas figuras internas, muitas delas desconhecidas, aparecem em nossos sonhos. Elas nos indicam uma direção a seguir, como coparticipantes de nosso destino. Nem sempre as escutamos. Por vezes, não as compreendemos. Outras, achamos que elas explicam acontecimentos do cotidiano apenas para lembrar que eles existiram. E, frequentemente, queremos categorizá-las. Como se os fenômenos do mundo das trevas interior pudessem ser explicados com o nosso habitual modo de pensar. Essas imagens, grosso modo, querem, somente, sinalizar nossa incompletude veiculada pela solidão e pela saudade.

– Nossos sonhos podem ser fantásticos e alucinatórios ou, apenas, aparecer como cotidiano vestido na roupagem dos acontecimentos comuns e sem sentido para a consciência. Outras vezes trazem a vivência do momento, reeditada com a transcrição de experiências passadas, governadas pelos medos, desejos e esperanças. Quando não atendemos às orientações desses personagens e acontecimentos internos, mas apenas tentamos nos adaptar ao mundo externo no que esperam de nós, corremos o risco de perder a individualidade. Isso significa viver uma vida fútil e sem sentido.

– A imagem de nossa completude está na alma que se harmoniza com o corpo. Essa imagem precisa do objeto concreto, que o acolha para tornar possível a ilusão dessa completude. São esses encontros, responsáveis pelos eventos, que traduzem a sensação do existir, que, verdadeiramente, contam o nosso tempo. Embora definamos o tempo vivido pelo número de vezes que o astro completa seus ciclos; por outro lado, são aqueles eventos que, efetivamente, definem o nosso tempo de existir.

Termino esta mensagem, pedindo a sua atenção para este esclarecimento sugestivo:

– Esta foi a primeira vez que, por “intuição”, recebi a palavra “SONHOS” para, como acredito, mostrar que eles também são fontes de “percepção interior” que podem revelar “significados subjetivos” da essência da nossa “Sensibilidade da Alma”. Veja o vídeo desta mensagem e seja “você”, com os seus sonhos de vida descobertos pelo despertar da sua “Sensibilidade da Alma”

Notas:

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3. Vídeo youtube: “Minha canção – J. Krishnamurti”

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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