(227) Sentindo o espelhar interior das imagens sensórias do deficiente visual (Parte IV).

“O MUNDO É REPRESENTAÇÃO”
Assim foi definido pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer, como se apresentam as nossas “realidades exteriores”, sujeitas à elaboração de significados que individualmente podemos atribuir com as vivências das nossas experiências de interações.

Explica o Psicólogo e Mestre em Filosofia pela PUC-Campinas, Arlindo Ferreira Jr., na sua abordagem sobre “Fotografia e realidade”, publicada na edição 87, Ano VII, de outubro de 2013, da Revista Filosofia, na época lançada pela EBR- Empresa Brasil de Revistas:

– A representação está associada ao que Jean-Paul Sartre (1905-1980) concebe como o “para si” da consciência. É o processo cognitivo de interpretar as imagens impressas na nossa mente, atribuindo-lhes sentido e compreendendo-as a partir da nossa perspectiva valorativa e simbólica.

Sob outro enfoque, esclarece Deepack Chopra no seu livro “A Cura Quântica”, lançado no Brasil pela Editora BestSeller, com tradução de Evelyn Kay Massaro e Marcília Britto:

– O pensamento é o espelho do mundo, nada menos do que isso. Pensar é formar dentro de nós padrões tão complexos, rápidos e de uma riqueza tão variada quanto a própria realidade. Todos possuímos o poder de criar realidade.

Também merece atenção este entendimento do neurobiologista Wolf Singer, manifestado no seu livro “Cérebro e Meditação”, em coautoria com o monge budista Matthieu Ricard, lançado no Brasil pela Editora Alaúde, com tradução de Fernando Santos:

– Na verdade, sustento que perceber equivale sempre a interpretar e, portanto, a atribuir características a sinais sensoriais. As percepções, portanto, são sempre construções mentais.

Gosto desta análise da doutora Daniela Benzecry, médica clínica, homeopata e analista junguiana, feita no seu belo livro “Sentimentos, valores e espiritualidade”, lançado no Brasil pela Editora VOZES:

– É a visão de mundo que determina como alguém vê o mundo; ela orienta a vida da pessoa e, assim, as suas escolhas. A visão de mundo não é simplesmente como um indivíduo pensa o mundo ou acha que pensa o mundo, embora ela interfira nos conceitos e julgamentos que a pessoa faça (pensamento). (…) A visão de mundo relaciona-se mais ao direcionamento do ponto de vista do indivíduo, ou melhor, se o ponto de vista é de onde parte o olhar, a visão de mundo seria para aonde vai esse olhar, para onde se está olhando: Em qual direção e sentido? Portanto, a visão de mundo indica o sentido da vida da pessoa, em função do que ela vive.

Considerando que os resultados advindos das nossas “percepções sensórias” podem estar subjetivamente associados a “conceitos cognitivos” ensejados por construções mentais de antigas experiências, pergunto:

– COMO O DEFICIENTE VISUAL DE NASCENÇA INTERPRETA AS SUAS “IMAGENS SENSÓRIAS”, RECEBIDAS DE UMA “PERCEPÇÃO INTERIOR”, POR ELE AINDA NÃO CONHECIDA?

Antecipo que este será um dos temas da próxima mensagem desta série. Conto com você.

Notas:

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Muita paz e harmonia espiritual.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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