(165) Sentindo as influências do inconsciente, em nossas vidas.

Normalmente, em quase todas as mensagens deste espaço virtual, os temas enfocados foram recebidos por “intuição”. Talvez seja uma subjetiva percepção explicada pela neurociência, no sentido de que temos a capacidade de poder, mesmo de modo inconsciente, atuar na seletividade opcional das nossas escolhas. Por sua vez, também acredito que esses “insights cognitivos” emergem do meu interior envolvimento de querer, na condição de responsável por este espaço virtual, favorecer o alcance da sua proposta (mensagem 001).

Esse esclarecimento preliminar esta sendo feito principalmente para você, que está acessando o “Sensibilidade da Alma” pela primeira vez. Um encontro que prova não existir o “acaso”, apesar da vida da gente estar cheia deles (mensagem 027).

Na mensagem anterior (164 – Sentindo a plenitude do perpetuar infinito do “AMOR”), fiz mais uma referência à coluna “Divã Literário”, assinada pelo médico e psicoterapeuta Carlos São Paulo, diretor e fundador do Instituto Junguino da Bahia, mensalmente publicada na Revista PSIQUE, lançada no Brasil pela Editora Escala. Para esta, trago a sua análise do livro “Subliminar”, Editora Zahar, do físico Leonard Mlodinow. Ele sustenta que “há uma dura competição entre o juízo inconsciente e o pensamento deliberativo e analítico das pessoas” (Fonte: Edição n. 98, da mesma revista). Em síntese, o livro trata da influência do inconsciente em nossas vidas, no nosso cotidiano, sem a nossa percepção consciente.

Possuindo todas as revistas PSIQUE, na condição de leitor assíduo da coluna “Divã Literário” foi a primeira vez que encontrei um relato do doutor Carlos São Paulo sobre o que lhe foi causado pela leitura de um dos livros por ele comentado.

– À medida que eu mergulhava na leitura de um livro escrito por um físico, ia ficando inseguro quanto ao que minha consciência revelava sobre a percepção da realidade. O mundo ia se enchendo de ilusões. Eu me sentia com dois cérebros distintos: um que nomeava e encontrava certa razão para definir as experiências, outro que vai além dessa razão e do tempo em que se passam os acontecimentos experimentados.
Desaparecia, assim, a leveza da liberdade de decidir o que fazer com minhas experiências em dado momento e, em seu lugar, surgiu o peso das incertezas. Aquela leitura me fazia voltar no tempo de minhas fantasias infantis e crer nos bruxos envolvidos na capa da invisibilidade a nos pegar peças. É dessa forma que os cientistas provavam como nossas experiências passadas, emboladas no tempo, vão se tornando essas figuras invisíveis, que participam, ativamente, do julgamento de nossas percepções de realidade, em cada momento que chamamos de presente. A ideia de que não existe cem por cento do que batizamos de “livre arbítrio”, quando decidimos por alguma coisa, ganhou a forma desses bruxos brincalhões.

Em seguida ele conta que, a pedido, sugeriu o livro “Subliminar” para um amigo ler durante uma viagem de navio. Na volta dessa viagem, o doutor Carlos São Paulo comenta o que a leitura lhe pareceu ter causado ao amigo:

– Ele percebeu o quanto não compreendemos nossos sentimentos, e a facilidade com que “inventamos”, sem saber, as explicações para justifica-los. Passou a ter cuidado com o julgamento do que percebe, antes tido como evidência incontestável da realidade, e ficou mais respeitoso às suas limitações.

Aproximando-se do final da sua análise literária, fez referência a esta pergunta: – com que razão percebemos a nós mesmos? Para explicar, o autor fez uma analogia do nosso modo de pensar para chegar à verdade: a maneira do cientista e a do advogado. O cientista reúne evidências e verifica. O advogado parte para convencer os outros, busca evidências que o apoiem e tenta desacreditar as que estão em desacordo. Assim, geramos nossa autoimagem. Por isso é mais fácil explicarmos a compra daquela TV em 3D porque estava numa boa promoção, do que admitir nossa criança saltitante a buscar o prazer da novidade.

Termino esta mensagem, com este meu “pensar”:

1. Todos nós estamos sujeitos às percepções que, de modo subjetivo, inconsciente, atuam em nós. O que precisamos é ficar mais perceptivos para certas ocorrências que, por vezes, se apresentam para nós sem aparente significado. Sobre elas, aplica-se de modo semelhante esta afirmação de Carl G. Jung, relacionada aos nossos sonhos: – “Qualquer interpretação é uma hipótese, apenas uma tentativa de ler um texto desconhecido.” (Fonte: Jung. Collected Works, 16, par. 322).
2. Certo é, que não podemos confiar apenas nos estímulos sensoriais recebidos com as imagens das nossas “vivências objetivas”. Podem ser enganosos como, para muitos, prova este teste com a resposta nas nostas desta mensagem (Fonte: Revista “Segredo da Mente”, ano 1, ano 2014, lançada no Brasil pela Editora Astral):

– Calcule mentalmente, sem ajuda de papel ou calculadora (antes de ler a resposta):
Se você tem 1000 e soma 40, depois acrescenta outros 1000 e soma mais 30. Aí, soma outros 1000 e, agora, mais 20. Por fim, soma outros 1000 e mais 10. Qual é o total?

Notas:

1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo, neste espaço virtual, qualquer citação ou reprodução de vídeos que sejam contrários à vontade dos seus autores, serão imediatamente retiradas após o recebimento de solicitação feita em “comentários” no final de cada postagem, ou para edsonbsb@uol.com.br
3.Resposta do teste: A grande maioria das pessoas respondem 5000, mas está errado. O certo é 4.100. É que a sequência decimal acaba confundindo o cérebro.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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