Há muito tenho vontade de colocar neste espaço virtual, mensagem sobre o subjetivo significado de “Sentir Amor”. Em várias tentativas, pensei iniciar definindo esse sentimento. Acontece que todos os nossos sentimentos não podem ser explicados com palavras. Eles são “estados de consciência” que revelam as manifestações do nosso “sentir interior”, modelados pelas “projeções sensórias” da nossa “Sensibilidade da Alma”.
De acordo com o neurocientista António Damásio, “os sentimentos envolvem a percepção de um certo estado do corpo e a percepção de um certo estado de espírito”. Exemplo: – “O panorama espetacular de um pôr-do-sol sobre o oceano é um objeto emocionalmente competente. Mas o estado do corpo que resulta de contemplar esse panorama é o objeto imediato que está na origem do sentimento e é o objeto cuja percepção constitui a essência do sentimento” (Fonte: “Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos”, lançado no Brasil pela Editora Companhia das Letras).
Esse mesmo mecanismo dos nossos sentimentos, é desencadeado nos relacionamentos humanos em que o “amor” é a essência do sentimento que une os amantes.
Fora da perspectiva de estudo dos neurocientistas, normalmente todos os nossos “sentimentos” são explicados pelas alterações emocionais que vivenciamos. O “sentir amor”, no relacionamento afetivo entre duas pessoas, provoca uma crescente “atração” de envolvimento. São, portanto, nexos de interações de energias que, mutuamente, “aproximam” as pessoas, além de proporcionar em ambos a sensação de que um “completa” o outro.
De acordo com a filosofia de vida ensinada pelo budismo, o “sentido” do interior sentimento de “amor” não está condicionado a um “desejo”. Ao contrário, se manifesta consolidado em um mesmo “querer” – o de “querer que o outro seja feliz” (“dö-pa”, em tibetano).
Para Paulo Coelho, “ao momento em que partimos em busca do AMOR, ele também parte ao nosso encontro.”
Concordo com Paulo Coelho, porque sendo o sentimento de “amor” a “essência existencial” de todo o ser humano, precisa ser “buscado”, “encontrado” e “perpetuado”.
“Perpetuado”, “eternizado”; esse é o sentido da plenitude do nosso “viver”.
Por sua vez, gosto desta inspiração de Vinícius de Moraes sobre o sofrimento de uma irreparável “perda de amor”:
– Eu sem você sou só desamor. Um barco sem mar, um campo sem flor. Tristeza que vai, tristeza que vem. Sem você, meu amor, eu não sou ninguém.
Sem “amor”, somos barqueiros arrastados pela águas dos oceanos da “vida” e da evolução do nosso “existir”.
Termino esta mensagem, dedicando para Ana Clara com esta sabedoria, em forma de conselho, do escritor português Miguel Vicente Esteves Cardoso:
– Sem um amor não vive ninguém. Pode ser um amor sem razão, sem morada, sem nome sequer. Mas tem de ser um amor. Não tem de ser lindo, impossível, inaugural. Apenas tem de ser verdadeiro.
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.