(081) Sentindo a influência da”Sensibilidade da Alma”, na “dança” da bailarina Morena Nascimento.

Repetidamente tenho reafirmado a proposta deste espaço virtual, definida por uma sugestiva prática de “buscas interiores” que favoreçam o despertar da nossa “Sensibilidade da Alma”.

A prática permanente de “voltar-se para si mesmo” é um processo de interiorização que revela a individualidade do nosso “existir” e, principalmente, do nosso “sentir” com a “Sensibilidade da Alma”.

Exemplo dessa “percepção interior” é o da coreógrafa e bailarina de Minas Gerais, Morena Nascimento.

Na edição 102 de janeiro-fevereiro de 2016, da Revista da Cultura (Uma publicação da Livraria Cultura), na coluna Perfil assinada por Renata Vomero, Morena Nascimento afirma que “a sua paixão na arte de coreografar e de ser intérprete de danças” é determinada pela sua “intuição”.

Merecem destaque estas declarações de Morena Nascimento:

1. Sobre a sua participação no elenco da renomada companhia Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, na Alemanha:

Morena Nascimento: Para mim, ficou muito forte o aprendizado sobre a devoção a um trabalho e sobre como a gente realmente precisa confiar na intuição. Eu já acreditava nisso, mas ali, com o trabalho dela [Pina Bausch], isso se fortaleceu.

2. Sobre como sente a sua “intuição”:

Morena Nascimento: As soluções vêm ou quando estou indo dormir ou quando estou acordando, entre a realidade e o sonho. É bem nesse momento que acontecem as minhas resoluções poéticas. É essa minha necessidade de sair da realidade. Acho que nos meus trabalhos, mesmo sendo eles diferentes esteticamente, todos passam por essa questão da realidade se confundindo com o sonho e com a inconsciência.

3. Sobre as suas inspirações:

Morena Nascimento: A minha matéria-prima não é a dança, não é o corpo, não é o movimento. São outras coisas: músicas, imagens, retratos, filmes, relacionamentos, amor… Tudo isso é o meu material, a minha matéria-prima. Engraçado que quase nunca trabalho a partir de uma mecânica específica de movimento, que desemboca em algo. Não. A dança, ela sempre vem depois. Sim, sou bailarina, mas nunca me considerei muito nessa coisa do ofício do corpo. Claro, minha história sempre foi essa. Mas, na hora da criação, meu assunto não é a dança, mas é através dela que posso dizer as coisas que tenho necessidade de dizer.

4. Na avaliação da jornalista Renata Vomero, Morena Nascimento “sente fome de sentir, de remexer o que está estagnado e acomodado e renovar”.

Explica a consagrada representante da atual geração da dança contemporânea, no Brasil:

– O que quero dizer nas minhas peças tem a ver com mexer na emoção de quem as está vendo. Quero emocionar as pessoas, quero fazê-las se sentir estranhas ou felizes ou apaixonadas, ou chorarem ou entrarem em contato com os próprios medos. Tenho vontade de colocar esses limiares, de provocar essas emoções. Quero, sim, que minha dança seja acessível. Não tenho o menor medo de falar isso. Na verdade, me canso um pouco desse lugar elitista da arte contemporânea. Para mim, interessa o coletivo, essa experiência de multidão, de muita gente assistindo a uma coisa. Acho muito poderoso esse lugar.

Morena Nascimento encerrou o encontro com a jornalista Renata Vomero, com este comentário:

Morena Nascimento: Acho que a meditação ajuda a gente, talvez a silenciar um pouco mais para quando for falar, falar de forma mais contundente. Falar, falar demais, me soa um pouco imaturo. Porque o silêncio faz a gente olhar para dentro, para a gente mesmo. A gente se percebe. Quando a gente fala, a gente está, de alguma forma, se distanciando da gente mesmo. Várias revoluções começam a acontecer dentro de nós.

Termino esta mensagem registrando que na apresentação de Morena Nascimento, no espetáculo “Clarabóia”, a mostra da sua criatividade artística não se limitou ao luminoso foco visual dos movimentos do seu corpo. Ela dança sobre uma base de vidro colocada no piso de um andar superior, enquanto no andar inferior o público se concentra sob esse vidro para apreciar a fantástica composição estética que mistura o “BELO” dos seus movimentos corporais da sua dança, com o colorido de tintas que são por ela espalhadas no vidro da clarabóia.

Notas:

1.A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
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3.Integra da coluna Perfil, no link: http://www.livrariacultura.com.br/revistadacultura
4.A reprodução de parte da coluna Perfil foi autorizada pelo jornalista Gustavo Ranieri, Editor-chefe da Revista da Cultura (Publicação da Livraria Cultura).

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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