(346) Sentindo a plenitude existencial da “sabedoria de viver” de Lya Luft.

A vida é minha
para ser ousada.
A vida pode florescer
numa existência inteira.
Mas tem de ser buscada, tem de ser conquistada
.”

São palavras poetizadas por Lya Luft (1938-2021), no seu livro “Perdas & Ganhos”, Edição Comemorativa de 10 anos, publicada pela Editora Record. Logo na primeira página ela explica que esse livro “não é bem uma ficção, nem bem crônica, mas a sua segunda tentativa de transmitir para seus leitores os mesmos temas das suas poesias e ficção. Resumindo, o drama existencial humano. Encontros e desencontros, a passagem do tempo, a infância, a maturidade e a velhice, as dificuldades do convívio amoroso, as relações familiares, a interrogação da morte e da própria vida.” Na última página, Lya significa a “vida” com estas palavras:

– Volto ao início deste livro, como gosto de fazer: O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. Viver, como talvez morrer, é recriar-se a cada momento. A vida não está aí apenas para ser suportada ou vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Não é preciso realizar nada de espetacular. Mas que o mínimo seja o máximo que a gente conseguiu fazer consigo mesmos.

Complemento, pedindo a sua atenção para esta parte da sua aula online, “Perdas e ganhos: a passagem do tempo”, na Pós da PUCRS, sobre o tema: “Filosofia e Autoconhecimento: Uso Pessoal e Profissional”:

No seu livro “O tempo é um rio que corre”, também lançado no Brasil pela Editora Record, Lya Luft transmite este seu belo sentir sobre as fases das nossas vidas:

Viver é sentir a transformação do encanto esplêndido da juventude na potente força da maturidade, e depois na beleza peculiar da velhice.

Em seguida, Lya volta a poetizar a “vida”:

A vida é um passeio
(que não planejamos)

num rio de enseadas calmas,
escuras cavernas,
vertigens fatais.

Somos náufrago ou timoneiro
nessas águas que tudo levam:
estrelas, escolhas,
destroços e abraços.

Um dia vamos descobrir
nosso destino:
que não sejam só cinzas
ou ossos,
mas um oceano, uma praia
– regaço.

No seu gostoso e fantástico livro “Múltipla escolha”, lançado em 2010 pela Editora Record, Lya explica a “vida” com esta comparação:

– A vida é uma longa construção: em geral a enxergamos como deterioração. Não conseguimos apreciar o outro lado, que é acúmulo, experiência, serenidade, mínima sabedoria, mais tempo, quem sabe mais bondade. Construção de emoções positivas, com porões de tristezas e um sótão de decepções, mas a sala e os quartos arejados, com portas que podemos abrir para que se revele o que ainda virá em seguida e vai se desdobrar. Isso é o que “a gente decide”. Fatalidades à parte, somos senhores de algumas cenas do espetáculo chamado vida, podemos modificar algumas falas, interferir no roteiro, escolher o personagem que somos e com quem desejamos contracenar. Tudo isso, até certo ponto, pois as circunstâncias, a família de origem, as opções posteriores, até o lugar onde vivemos têm seu peso, e não é pequeno.

A criação desta nossa jornada para o “autoconhecimento” foi dedicada à Lya Luft, com estas minhas palavras (mensagem 001):

Que bom que você veio ao nosso primeiro encontro. Ao encontro com a essência existencial do nosso “EU” interior. Ao encontro com a sensibilidade das nossas almas. Este espaço virtual é dedicado à escritora Lya Luft porque, com a leveza do seu humanista estilo literário, mostra-nos matizes significativas do nosso viver, sempre com o mesmo encanto da beleza e suavidade dos voos das gaivotas, pelos céus da nossa existência.

Estou surpreso com o resultado alcançado (mensagem 342). Em sessenta países já foram semeadas a “sabedoria de viver” de Lya Luft, com estas quarenta e seis mensagens (002, 004, 005, 006, 008, 009, 010, 012, 013, 015, 016, 017, 018, 021, 022, 027, 035, 037, 042, 055, 063, 067, 076, 085, 089, 094, 106, 110, 118, 121, 123, 124, 130, 138, 153, 163, 168, 175, 185, 186, 246, 250, 253, 258, 270 e 316).

Termino esta mensagem com este “sentir” do filósofo grego Epicuro (341-270 a.C.):

É impossível viver uma vida agradável sem viver de maneira sábia, honrada e justa, e é impossível viver de maneira sábia, honrada e justa sem viver de maneira agradável.

Mas não se esqueça:

Notas:
1.A reprodução parcial ou total, por qualquer forma, meio ou processo eletrônico dependerá de prévia e expressa autorização, com indicação dos créditos e links, para os efeitos da Lei 9.610/98 que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2.Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande a sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br .
3.O vídeo desta mensagem foi reproduzido do YouTube.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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