(062) Sentindo com a “sensibilidade da alma”, a “eleveção espiritual” de Betty Lago.

Não queria estar vivenciando a “sensação estranha”, sentida com a passagem de “elevação espiritual” da nossa Betty Lago.
Digo estranha, porque várias vezes li e reli a mensagem que postei sobre a “Sensibilidade da Alma” desse “ser humano iluminado”, envolvendo-me, de modo contagiante, com o seu exemplo de “esperança” e de “fé” na sua plena recuperação.

Certo é que a realidade da “finitude humana” é cruel. Mas estou convencido de que a nossa Betty Lago conheceu, e sempre conseguiu transmitir com a sua “Sensibilidade da Alma”, o “significado transcendente” da nossa existência, nesta dimensão de vida.

Emocionado, e com profundo “sentimento de saudade”, seguem partes do depoimento da nossa Betty Lago à revista Vogue Brasil (edição de abril de 2015), reproduzido nesta data pelo portal Globo.com:

– (…) acredito que manter o bom humor é fundamental sempre – um câncer não poder ter o poder de tirar sua personalidade, por pior que ele possa se apresentar. Acho que não dá para morrer em vida, se deixar vencer.

– Fiz um trato comigo mesma de que encararia a doença de frente e que não a esconderia de ninguém. Aliás, não gosto de usar a palavra doença e muito menos dizer que estou doente. Digo que estou em tratamento. Acho terapêutico falar sobre o câncer e, assim, tirar o peso, o estigma; extravasar o que por dentro vai derrubando a gente sem dó. Talvez eu seja uma das poucas pessoas públicas a assumir essa questão de forma tão aberta. Tem o lado bom, claro, mas tem o lado ruim também.

– No mês passado, resolvi postar uma foto da minha careca no Instagram e, entre tantas mensagens positivas, correntes de oração e palavras de carinho, uma senhora deixou um recado horroroso dizendo que eu estava me aproveitando da situação para aparecer e que minha foto era antiga. Meu perfil é aberto, não vejo sentido nenhum em deixá-lo fechado só para os meus amigos, afinal a graça é compartilhar o que você gosta com quem você gosta e com quem gosta de você mesmo sem te conhecer, certo? Se quer privacidade, faz um chá em casa só para os íntimos! A foto da minha nova careca teve mais de 2.300 curtidas e 750 comentários, quase todos me elogiando e torcendo pela recuperação, e eu agradeci a maioria deles. O dessa senhora, em especial, eu me senti na obrigação de responder para quebrar toda a onda ruim que ela poderia trazer. As redes sociais são um prato cheio para esse tipo de comentário, por isso tratei logo de cortar o barato dela e dar o assunto por encerrado.

– Sempre gostei de passar por transformações no visual. Obviamente preferiria mudar por outros motivos, mas é o que temos para hoje! Então tento levar numa boa, porque a aparência nessas horas não deve ser tão importante assim. Claro que não vou sair por aí de qualquer jeito, até porque sempre adorei me vestir e tenho roupas maravilhosas de estilistas, amigos de hoje e de ontem, que faço questão de usar até mesmo para ir na esquina. Mas o que por anos foi o meu ganha-pão hoje é apenas um detalhe.

– Adoro chapéus e lenços, perucas não são exatamente o meu forte, mas tenho gostado mesmo é de sair careca por aí. É libertador! Mudei muito pouco a minha rotina, em vez de ir à academia malhar, porque me canso com facilidade e sinto dormência nos pés, faço tai chi chuan, que é um excelente exercício para manter o equilíbrio em todos os sentidos, físico e mental, e continuo com a minha alimentação normal, que sempre foi saudável. Mas não deixo de sair com quem quero,não ligo se os paparazzi aparecem para me fotografar. O que me incomoda mesmo é ver a cara de incômodo das pessoas ao olharem para mim. Não tenho medo de morrer, nem acredito que minha hora está para chegar. Talvez eu esteja na frente da fila de muita gente, mas todo mundo vai morrer um dia. Mais que nunca, a vida é hoje, e o tempo é agora.

– Tenho ensaiado diariamente a comédia Menopausa, que entra em cartaz este mês no Rio. Continuo trabalhando loucamente, faço meu programa na web, o Calma Betty!, que já tem mais de 500 mil visualizações; continuo na Record e cheia de gás. Realizo meus sonhos diariamente, nunca parei e não seria agora que penduraria as chuteiras, ou melhor, os cílios!

– Meus médicos dizem que estou fora da curva, porque os resultados foram inesperados – meu corpo respondeu bem ao tratamento. Antes eu chorava toda vez que ia às consultas, agora nem tanto, só não dá para dizer que eu saio do consultório às gargalhadas. A gente se acostuma com tudo, agora saio rindo. O tratamento é puxado, eu sinto a química andando pelo meu corpo.

– Ninguém tira um câncer de letra, mas é possível tornar as coisas mais leves. Tenho fé que vou sair dessa. Quando fiz a cirurgia na vesícula, os médicos me disseram que a recuperação ia ser muito difícil. Não que tenha sido fácil, mas estou de pé, na luta, minha cabeça é afirmativa ao dizer que estou curada – agora só falta o corpo acompanhar a mente! Leio diariamente os ensinamentos de Osho (guru indiano e mestre em meditação, morto em 1990, que conquistou seguidores no fim dos anos 50 ao pregar a busca pela espiritualidade sem ter de se comprometer com antigas crenças); vou a Abadiânia me tratar com João de Deus, rezo, peço, agradeço; cuido de mim, tenho a Mari, que trabalha comigo há mais de 20 anos e me aguenta como uma irmã; tenho meus filhos que não desgrudam de mim por nada, tenho cachorros que são meus filhos também, tenho meu trabalho e um namorado que me dá apoio em tudo o que faço e me acha linda de qualquer jeito.
Eu também me acho linda de qualquer jeito. E isso ninguém tira de mim. Nem um câncer.

Termino esta mensagem, com o meu sentimento de que “tudo” continua perpetuando na transcendência do “ciclo da vida”, por dimensões infinitas. Dentro de nós, “tudo” continua para sempre, em sintonia com a “essência” do nosso “”existir” e do nosso “sentir” com a “Sensibilidade da Alma”.

Notas:
1. Vídeo do youtube: “A morte não é nada – Santo Agostinho”
2. A divulgação desta mensagem está autorizada, independente de autorização prévia.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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