(049)Sentindo, com a “sensibilidade da alma”, a contagiante “magia do amor”.

A edição de domingo, dia 28 de junho, do jornal Correio Braziliense, publica com o título “A evolução do amor”, matéria sobre as pesquisas da professora de antropologia Helen Fischer, da Rutgers University, nos Estados Unidos, recentemente divulgada na revista especializada Behavioral Addictions.
Ela defende que o sentimento de amor (por ela denominado “amor romântico”) é resultado de uma seleção natural iniciada a milhões de anos. Fundamenta suas pesquisas, afirmando que “o cérebro humano desenvolveu três sistemas, espécies de impulsos, que motivam a união e a reprodução: desejo sexual/libido, atração ou amor romântico e sentimento de longo prazo voltados a um parceiro.”

Logo no início, a jornalista Isabela de Oliveira (que assina a excelente publicação do Correio Braziliense) esclarece:

– Trovadores do século 12, teólogos, poetas, cientistas… Não é pequena a lista dos que tentam, em vão, dar a resposta definitiva à pergunta “o que é o amor?”. Mas ainda que pareça inalcançável, a busca por uma explicação não cessa. Para uma corrente de pesquisadores, a compreensão desse sentimento está no passado muito, muito distante. Segundo esses cientistas, de romântico, o amor não tem nada. Seria, na verdade, uma espécie de vício natural, desenvolvido ao longo da evolução e surgido para motivar os primeiros hominídeos a concentrarem energia em um único parceiro.

Por sua vez, a edição de 21.06.2012 da revista Época, publicou esclarecedora reportagem sobre a parte do cérebro responsável pelo “amor”. Segundo o cientista Jim Pfaus, da Universidade Concordia, no Canadá, o “amor” e o “desejo sexual” ativam diferentes áreas específicas do cérebro. São elas: a ínsula e o estriado.
As pesquisas (publicadas na revista “Journal of Sexual Medicine”), revelaram que o “desejo sexual” deixa mais ativas as regiões do cérebro, do que o “amor”. Pfaus explica: – “Enquanto o desejo tem um objetivo muito mais específico, o amor é um sentimento mais abstrato e complexo, por isso mesmo depende da presença física de uma pessoa, por exemplo.”

Gosto desta passagem do livro “Manuscrito encontrado em Accra”, de Paulo Coelho (lançado pela Editora Sextante):

– Para escutarmos as palavras do Amor, é preciso deixar que ele se aproxime.

Mas, quando ele chega perto, tememos o que ele tem a nos dizer. Porque o Amor é livre e sua voz não é governada por nossa vontade ou pelo nosso esforço.

Todos os amantes sabem disso, mas não se conformam. Acham que podem seduzi-lo com submissão, poder, beleza, riqueza, lágrimas e sorrisos.

Mas o verdadeiro Amor é aquele que seduz e jamais se deixa seduzir.

O amor transforma, o amor cura. Mas às vezes, constrói armadilhas mortais e termina destruindo a pessoa que resolveu entregar-se por completo.(…)

O maior objetivo da vida é amar. O resto é silêncio.(…)

Amor é apenas uma palavra, até que alguém chega para lhe dar um sentido.

Não desista. Geralmente é a última chave no chaveiro que abre a porta.

De acordo com a natureza da proposta deste espaço virtual, entendo o seguinte:

1. Não se define o sentimento de “amor”. Aliás, tudo que vivenciamos (inclusive de modo subjetivo), em nós é sensória e subjetivamente “percebido” e “mensurado” pela nossa capacidade interior de “sentir”, que varia de pessoa para pessoa. Mas apesar dessa graduação, a essência do “amor” sempre será a mesma.

2. Com relação à afirmação de que “de romantismo, o amor não tem nada”, considero que a “roupagem” do romantismo complementa e subjetivamente motiva os “laços de envolvimento” entre duas pessoas que se amam. Mas a sua presença (ou não), dependerá da maneira de ser de cada um dos participantes da “relação amorosa”.

Certo é que a subjetiva singularidade de todo ser humano, é o seu “sentir” com a “sensibilidade da alma”. Pessoalmente, entendo que de todas as nossas “projeções interiores” de sentimentos, não se deve considerar apenas o “amor” como sendo o maior de todos por nós experimentados. Todos os sentimentos são emergentes de “estados emocionais” representativos de situações que são por nós vivenciadas de acordo com as nossas “histórias de vida” e, também, de circunstâncias que só nos pertencem, sendo vivenciadas com as nossas intensidades de valoração.

Termino esta mensagem, afirmando que sentimento de “amor” é sublime, perpetuando-se no nosso coração. Como no apelo da música do vídeo, fica para sempre na nossa “sensibilidade da alma”.

Notas:
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3.Vídeo do youtube: “Não se esqueça de mim”.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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