Existem pessoas que perpetuam o esplendor da sua “sensibilidade da alma”, o que me parece ser uma finalidade existencial de “missão de vida”.
Na mensagem anterior mostrei o exemplo de Clarice Lispector. Nesta, será fragmentos do “sentir” de Simone de Beauvoir. Escritora, filósofa existencialista e uma notável feminista francesa que lutou pela liberdade da mulher.
Simone de Beauvoir sempre será lembrada por esta frase:
– Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.
A respeito, declarou Fernanda Montenegro em conversa com Armando Antenore, publicada com o título “A vida é um demorado adeus”, na edição de maio de 2009 da antiga Revista Bravo, (fonte: site Super.abril.com.br):
– (…) O Segundo Sexo, que saiu em 1949 e se transformou num clássico da literatura feminista, sobretudo por apregoar que as mulheres não nascem mulheres, mas se tornam mulheres. Ou melhor: que as características associadas tradicionamente à condição feminina derivam menos de imposições da natureza e mais de mitos disseminados pela cultura. O livro, portanto, colocava em xeque a maneira como os homens olhavam as mulheres e como as próprias mulheres se enxergavam. Tais idéias, avassaladoras, incendiaram os jovens de minha geração e nortearam as nossas discussões cotidianas. Falavamos daquilo em todo canto, nos identificávamos com aquelas análises. Simone, no fundo organizou pensamentos e sensações que já circulavam entre nós. Contribuiu, assim, para mudar concretamente as nossas trajetórias.
Em seguida, complementa Fernanda Montenegro:
– (…) Um outro conceito me seduziu bem mais: o da liberdade. A noção de que tínhamos direito às nossas próprias vidas, de que poderíamos escolher o nosso rumo e de que a nossa sexualidade nos pertencia. Eis o ponto em que o livro de Simone me fisgou profundamente.
Pergunto: Será que esse “tornar-se mulher” também foi (na época) uma espécie de “chamado” para a libertação da mulher, em relação à sua “beleza”?.
Refiro-me a um “chamado” para a necessidade da propria mulher “voltar-se para si mesma”; “voltar-se” para o despertar da exclusiva singularidade da sua “beleza mulher”. Tanto que Simone de Beauvoir também influenciou a “aparência” das mulheres, porque são elas que “acumulam a beleza”. Vejam:
Como aconteceu na mensagem sobre o “sentir” de Clarice Lispector, também não consigo dimensionar, com palavras, a “sensibilidade da alma” de Simone de Beauvoir. Concordo com esta comprovação do filósofo Heráclito:
– Você não poderia descobrir os limites da alma,
mesmo se percorresse todas as estradas para esse fim
tal é a profundidade do seu significado.
Gosto do alcance da subjetividade deste pensamento de Simone de Beauvoir, sobre o fluir da nossa “caminhada existencial”:
– Não há uma pegada do meu caminho que não passe pelo caminho do outro.
Complemento: – Esse “outro” que somos todos nós, pelas nossas “buscas de si mesmo”; pelas “buscas” e “escolhas” para “ressignificar” o nosso “viver”.
Para Simone de Beauvoir – “viver é envelhecer, nada mais”. O que me inspirou terminar esta mensagem com este depoimento de Fernanda Montenegro, revelador da “sensibilidade da alma” de Simone de Beauvoir:
Notas:
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3.Vídeos do youtube: (1) Simone de Beauvoir on beauty. (2) Fernanda Montenegro recitando Simone de Beauvoir – Globo News.
Muita paz e harmonia espiritual para todos.