““Penso em ficar só, mas minha natureza pede diálogo e afeto.”
São palavras da escritora Lya Luft, para quem dediquei a criação desta nossa jornada para o “autoconhecimento” (menssagem 001). Muito cedo, antes de conhecer os significados de muitas palavras, imaginava o “afeto” como sendo uma subjetiva plenitude das nossas manifestações de “querer bem”. Vejam o que já disseram sobre os “afetos”:
Lya Luft: “Talvez seja utopia, mas se eu não deixar que se embote a minha sensibilidade, quando envelhecer, em vez de estar ressequida, eu terei chegado ao máximo exercício de meus afetos.” , Dalai Lama: “Quando aprendemos a usar a inteligência e a bondade ou afeto em conjunto, todos os atos humanos passam a ser construtivos.” , Charles Chaplin: “Mais do que máquinas, precisamos de humanidade… Mais do que inteligência, precisamos de afeto e ternura.” , Gabriel García Marquez (Em Cem Anos de Solidão): “Andava à deriva, sem afetos, sem ambições, como uma estrela errante no sistema planetário de Úrsula.” , Castro Alves: “Prendi meus afetos, formosa Pepita… mas, onde? No tempo? No espaço? Nas névoas? Não rias… Prendi-me num laço de fita!” , William ShaKespeare: “As palavras sem afeto nunca chegarão aos ouvidos de Deus.” , Pitágoras: “Os afetos podem, às vezes, somar-se. Subtrair-se, nunca.” Cícero: “Não há nada mais gratificante do que o afeto correspondido, nada mais perfeito do que a reciprocidade de gostos e a troca de atenções.” , Lord Byron: “A prova de um afeto é uma lágrima.” e Marilyn Monroe “Esperei extrair do meu casamento com Joe, amor, afeto e compreesão. Mas tudo naufragou num mar de indiferença.”.
O que motivou este nosso encontro foi o tema da Crônica da Cidade, do jornalista Severino Francisco, publicada na edição do jornal Correio Braziliense do dia 29 do mês passado, com o título “As coisas mais belas”. Severino se referia ao livro livro “As coisas mais belas do mundo”, dedicado às crianças, publicação da Biblioteca Azul, escrito por Valter Hugo Mãe, nome artístico do escritor português Valter Hugo. Destaco estas partes (numerei):
1. Nele,Valter, em uma nota revela a sua relação com o seu avô materno, Antônio Alves. Sempre lhe pedia que explicasse as coisas mais complexas: “Eu soube sempre que meu mundo era afetivo. Quer dizer, o que eu sabia era sobretudo gostar de alguém. Era o que meu avô valorizava em mim, o emprenho colocado em gostar de alguém. Toda a sabedoria deveria resultar na pura capacidade de amar e cuidar de alguém.”
2. Na ficção, o garoto narrador apresenta o avô como um detetive de interiores, que inspecionava os sentimentos: “Quando perguntei por que, ele respondeu que só assim se fala verdadeiramente da felicidade. Para estudar o coração das pessoas é preciso um cuidado cirúrgico”.
3. O avô tinha cuidado para evitar que ele se desiludisse: “Quem se desilude morre por dentro. Dizia: é urgente viver encantado. O encanto é a única cura possível para a inevitável tristeza”.
4. A questão mais importante que permeia o diálogo entre o garoto e o avô é a beleza. Certo dia, o avô lhe pergunta: quais são as coisas mais belas do mundo? E o garoto imagina muitas possibilidades: dos filhotes de cão aos gatos, passando pelo verão, o comportamento dos cristais, os lobos ou as nuvens vistas do avião: “Pensei que as mais belas coisas do mundo haveriam de ser as amarelas e as vermelhas.
5. O avô desconversa e propõe outra questão em forma de pergunta: “Ele sorriu e quis saber se não haviam de ser a amizade, o amor, a honestidade e a generosidade, o ser-se fiel, educado, o ter-se respeito por cada pessoa. Ponderou se o mais belo do mundo não seria fazer-se o que se sabe e pode para que a vida de todos seja melhor”.
6. Ao fim, percebemos que o interlocutor do garoto é uma espécie de filósofo disfarçado de avô. É como se um Sócrates mais poético se reencarnasse para o diálogo com uma criança: “Explicava que aprender é mudar de conduta, fazer o melhor. Quem sabe melhor e continua a cometer o mesmo erro não aprendeu nada, apenas acedeu à informação. Ele pensava que dispomos de informação suficiente para termos uma conduta mais cuidada. Elogiava insistentemente o cuidado”.
Gostei muito dessa crônica, porque sou tão exigente “comigo mesmos” que sempre procuro ser afetuoso com o meu jeito de falar, principalmente com as pessoas que gosto e aprecio com a subjetiva percepção da minha Sensibilidade da Alma.
Termino perguntando:
– PARA VOCÊ, QUAIS SÃO AS COISAS MAIS BELAS DO SEU MUNDO?
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.