(131) Sentindo a plenitude do nosso “processo de interiorização”.

Neste espaço virtual todas as mensagens são escritas pelo meu “sentir”, com temas recebidos, em sua maioria, por “intuição”. Assim é a “comunicação interior” dos nossos “sentimentos” e “emoções”. Manifesta-se em sintonia de harmonização com o “despertar” da nossa “Sensibilidade da Alma”, como se fosse um espelho que reflete a percepção das nossas “imagens sensórias” e de “elevação espiritual”.

Certo é que todos nós somos identificados e diferenciados pela singularidade da nossa “subjetividade interior”, que expressa a essência dos nossos “sentimentos” e “emoções”.

Pergunto:

– Como se processa, para nós mesmos, essa “comunicação interior”?

Respondo com esta afirmação do monge budista Matthieu Ricard, contida no belo livro “O caminho da sabedoria”, lançado no Brasil pela Editora Alaúde, que recomendo e foi por mim lido e relido, várias vezes:

– O silêncio externo abre as portas do silêncio interior.

Em seguida, ele explica com a sabedoria da sua prática de “interiorização”:

– Na meditação, entre o momento em que cessaram os pensamentos passados e aquele em que surgem os próximos pensamentos, há um silêncio interior, uma ausência de palavrório mental, o frescor do momento presente. O ideal é deixar a mente descansar nesse estado de clareza interior.

Gosto deste relato de “permeação sensória” na realidade exterior, pela luz da nossa “interiorização”, contado por OSHO no seu livro “A jornada de ser humano”, lançado no Brasil pela Editora Academia, com todos os direitos de edição reservados à Editora Planeta do Brasil (Recomendo):

– A primeira vez que me encontrei com Mulla Nasruddin foi assim: eu o vi pescando em um lago.(…) Fiquei observando-o. Horas se passaram e nem um único peixe apareceu. E lhe perguntei: “O que está fazendo aqui? Logo ali tem outro lago, você não sabe? E lá há muitos peixes.”
Ele disse: “Eu sei. Há tantos peixes naquele lago que para eles é até difícil nadar. O lago está cheio de peixes.”
Mas então por que você está sentado aqui? Não estou vendo nenhum peixe.”
Ele disse: “Por isso estou sentado aqui. Qual a razão de pescar no outro lago? Qualquer tolo pode fazer isso. Pescar aqui é algo especial!”

Acredito que esse oculto “algo especial” de Mulla Nasruddin, era estar “pescando” nas profundezas do seu “interior”, despreocupado com os peixes do lago, mas em busca do despertar da sua “Sensibilidade da Alma”.

A permanente prática do “voltar-se para si mesmo”, consolida a nossa interior transformação “existencial” e “espiritual”. Exemplo é esta história também contada no citado livro de OSHO:

– Perguntaram a um monge Zen:
“O que você costumava fazer antes de se tornar iluminado?”
Ele respondeu:
“Eu costumava cortar madeira e carregar água do poço.”
E então lhe perguntaram:
“O que você faz agora que se tornou iluminado?”
E ele respondeu:
“Eu corto madeira e carrego água do poço.”
O questionador ficou confuso e disse:
“Então, parece não haver diferença.”
O mestre disse:
“A diferença está em mim. A diferença não está em meus atos, a diferença está em mim – mas porque eu mudei, todos os meus atos mudaram. Sua importância mudou: a prosa se tornou poesia, as pedras se tornaram sermões e a matéria desapareceu completamente. Agora há apenas Deus e nada mais. Para mim, a vida agora é uma libertação, é o nirvana.”

Termino esta mensagem desejando que você, voltando-se para a sua “subjetividade interior”, transforme o seu “viver” pelo despertar da sua “Sensibilidade da Alma”.

Notas:

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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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