“TUDO SE PERPETUA POR UM RENASCER DE NOVOS SIGNIFICADOS. MUITOS DELES SIMBÓLICOS. OUTROS, REMODELADOS PELA PASSAGEM ILUSÓRIA DO TEMPO EM NOSSAS VIDAS. SOMOS NÓS QUE ETERNIZAMOS A SINGULARIDADE EXISTENCIAL DO NOSSO “AGORA”. CRIAMOS REALIDADES, PELO MODO COMO RECEBEMOS E DEFINIMOS AS MATISES SUBJETIVAS DAS NOSSAS PERCEPÇÕES SENSORIAIS.”
Quando me foram intuídas essas palavras, veio-me à mente este precioso entendimento do filósofo estoico Epicteto, transmitido na sua obra The Enchiridion (um manual de conselhos éticos, organizado pelo seu aluno Arriano):
– NÓS NÃO SOMOS AFETADOS PELAS COISAS EM SI, MAS PELO MODO COMO PERCEBEMOS.
O que motivou esta mensagem foi a leitura desta previsão do astrólogo Oscar Quiroga, no seu horóscopo publicado na edição do dia 17/04/2021 do jornal Correio Braziliense:
– SEM AGORA NÃO PODE HAVER FUTURO. POR ISSO, MESMO QUE O FUTURO SEJA MAIS DESEJÁVEL E ATRAENTE DO QUE TUDO QUE VOCÊ PRECISA FAZER AGORA, É FUNDAMENTAL QUE SUA MENTE FOQUE NO QUE PRECISA SER COMPLETADO NESTE MOMENTO.
Que belo e proveitoso “sentir” de Quiroga!!! Não apenas por ser, no “agora” desta triste pandemia, sugestivo do conhecimento das nossas atuais necessidades e, também, um chamado para repensar no nosso existir e ressignificar o “sentido” que desejamos para o nosso viver.
Nesta jornada para o “autoconhecimento” (mensagem 001), já citei o bem fundamentado artigo “Sentido e Significado Dirigem o Cérebro”, de André Codea, que é mestre em Ciência da Motricidade Humana. Dele, selecionei para este nosso encontro estas suas considerações (por mim numeradas):
1. A realidade que se apresenta aos sentidos, e a que se dá significado, decorre do processamento neural que é feito desde estímulos ambientais e, com isso, o cérebro é capaz de capturar pedaços de informações para processar o mundo.
2. O nosso cérebro é dirigido pelo sentido que damos ao ambiente que nos cerca e pelo significado que os eventos têm para nós.
3. Sentido e significado não somente dirigem nosso cérebro como igualmente são essenciais para qualquer tipo de aprendizado que estejamos pretendendo realizar. E tudo isso ocorre porque nosso sistema nervoso se desenvolve e se organiza a partir da sua interação com o meio
4. Coletamos sensações, filtramos algumas na forma da percepção, processamos essas informações filtradas e emitimos respostas adequadas.
5. Fazer sentido é algo que relaciona o que estamos vivenciando e processando com nossas memórias, de forma a produzirmos um quadro coerente da realidade.
Pergunto:
– COMO O NOSSO CÉREBRO PRODUZ SIGNIFICADOS PARA AS NOSSAS EXPERIÊNCIAS DE VIDA?
Gosto desta explicação do neurocientista Miguel Nicolelis, no seu mais recente livro, “O Verdadeiro Criador de Tudo”, lançado no Brasil pela Editora CRÍTICA (a seguir, por mim numerado): 1. Nosso cérebro se modifica, tanto anatômica como funcionalmente, em resposta a tudo com que interagimos, quer durante o aprendizado de novas habilidades, quer quando modificações relevantes ocorrem no nosso corpo ou durante os nossos engajamentos sociais. Os neurocientistas chamam essa propriedade de “plasticidade neural”, e eu a considero um dos fatores mais importantes para desvendar os mistérios guardados a sete chaves pelo Verdadeiro Criador de Tudo. 2. O cérebro humano dedica a maior parte de sua existência construindo ou adaptando seus modelos neurais internos do mundo que nos cerca, definindo o que chamo de “ponto de vista do cérebro”. 3. Para perceber algo, a cada instante, o cérebro tem que confrontar o que o seu modelo interno do mundo prevê com o fluxo contínuo e multidimensional de múltiplos sinais sensoriais que, uma vez coletados na periferia do corpo por receptores especializados, são transmitidos para o sistema nervoso central, como forma de descrever o estado do mundo externo (e também as condições internas do corpo).
Termino esta mensagem com esta parte conclusiva da resposta do mestre e doutor em Filosofia, Tommy Akira Goto, ao ser perguntado “se tudo o que podemos saber a respeito do mundo resume-se aos objetos apreendidos intuitivamente e que só existem na mente” (Entrevista com o título “A fenomenologia é a ciência da totalidade do ser”, publicada na Edição 156 da Revista Filosofia, da Editora Escala):
Podemos dizer que não só o mundo se mostra, mas nós próprios, ou seja, podemos acessar o sentido do mundo, todavia podemos também acessar o sentido da existência, da minha ou da sua existência. Temos aqui novamente a questão da correlação.
Registro merecido: Dedico esta mensagem à minha seguidora do Rio de Janeiro, Poliana Dias Pereira, agradecendo seus comentários e palavras de incentivo para a continuidade da manutenção deste blog.
Notas:
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2. O citado artigo de André Codea, está publicado na edição 164, de agosto de 2019, da Revista PSIQUE, da Editora Escala.
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.