(089) Sentindo a sabedoria do “agora”, no sentido do nosso “viver”.

Todos que acompanham a evolução deste espaço virtual desde o seu surgimento, devem ter identificado, em todas as mensagens, a essência da sua proposta: – a prática de buscas de autoconhecimento da nossa “subjetividade interior”, que são facilitadas com o consequente despertar da nossa “Sensibilidade da Alma”. Trata-se, portanto, de um processo de sintonia de “harmonização interior”, alcançado pela permanente decisão de querer “voltar-se para si mesmo”.

Certo é que “nós somos o que sentimos”. Tudo, pelo fluir do “ciclo da vida”, sempre está sujeito à percepção do nosso “sentir interior”. Sem essa “conexão interior”, nada terá sentido existencial. Nem a própria “vida”, porque somos nós que definimos, para nós mesmos, o sentido das nossas vidas.

Gosto deste “sentir” da escritora Lya Luft, para quem dedico este espaço virtual (Fonte: “Perdas & Ganhos”, Edição Comemorativa 10 anos, no capítulo “A marca no flanco”, lançado no Brasil pela Editora Record):

– O mundo não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui forma, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
É uma ideia assustadora: vivemos segundo o nosso ponto de vista, com ele sobrevivemos ou naufragamos. Explodimos ou contemplamos conforme nossa abertura ou exclusão em relação ao mundo.

Complemento:

– Temos, portanto, uma “responsabilidade existencial” na elaboração do sentido do nosso “viver”. Pelas trilhas das nossas trajetórias de vida, essa “responsabilidade existencial” também se consolida através de buscas de aprimoramento e de crescimento espiritual. Somos “seres trascendentes”, pertencentes a um processo evolutivo atemporal e, portanto, liberto da passagem ilusória do “tempo”. O nosso tempo é a plenitude do nosso “agora”. É o “tempo sem início”, assim explicado pelo Sr. Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI (Fonte: Jornal BS Brasil Seikyo, edição n. 2.314, de 5 de março de 2016):

– “Tempo sem início” é sinônimo de “vida sem início nem fim”. Não se refere à dimensão do tempo, mas sim à mais recôndita verdade da vida – de fato, corresponde à vida do universo em si, que prossegue sua atividade sem início ou fim.

– Para nós, todos os dias em nossa vida são o “tempo sem início”. Somos capazes de fazer o nosso ser transbordar pura energia vital do tempo sem início. Todos os dias damos uma nova partida com base no ponto primordial da vida. Por isso, o momento presente é o mais importante. Não devemos ficar presos ao passado. Não há necessidade disso. Canalizar toda nossa energia no momento presente, com grande esperança pelo futuro – esta é a marca de uma pessoa sábia na maneira de viver.

– Este momento é o tempo sem início. Tudo começa a partir de agora. O passado já não existe. O futuro ainda não chegou. Tudo o que existe é o momento presente. E num piscar de olhos, o presente se torna passado. Existe e, ao mesmo tempo não existe. (…) a vida continua, momento a momento. Não existe em nenhum outro lugar além deste momento. Nós experimentamos a felicidade e a infelicidade apenas neste instante.

Termino esta mensagem, acreditando que o “sentido da vida” é determinado pelas variantes que damos aos nossos “agora” e exclusivamente para nós mesmos.
O “sentido da vida” está interiormente dimensionado pelo nosso “sentir”. No “sentir” com a “Sensibilidade da Alma”. Mas a sabedoria do “sentido da vida” está na essência de inspiração deste verso da poesia “Saber viver”, de Cora Coralina:

Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Notas:

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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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