(082) Sentindo que somos o barqueiro do nosso “sentir”, nas águas da nossa interiorização.

Por vezes queremos dar à vida, a velocidade que a vida não tem. Queremos ser timoneiros do nosso “viver”. Queremos determinar o sentido de tudo, esquecendo que podemos ser levados para caminhos desconhecidos, por onde a nossa caminhada nem sempre será por nós definida em face das incertezas que paralisam os nossos quereres.

Encontrei no livro “A sabedoria da transformação”, da Monja Coen, lançado no Brasil pela Editora Academia (com todos os direitos reservados à Editora Planeta do Brasil), este precioso ensinamento:

– “Algumas vezes, temos de ser o barqueiro, alguém que mostre às pessoas que há uma outra margem e que é possível chegar lá.” Abandonar o sofrimento, o papel de vítima e se libertar para viver apreciando a vida.

Pelo fluir do meu “viver” já naveguei por águas serenas e por águas agitadas. Aprendi que somos nós que criamos, para nós mesmos, as “margens” para aportar os nossos desejos. Aprendi que o “sentir interior”, no mar do nosso “imaginário”, não encontra limites para ser por nós navegado.

Gosto desta inspiração de Victor Hugo, em “Os Miseráveis”:

– Só há um espetáculo mais grandioso que o oceano: o céu; só há um espetáculo mais grandioso que o céu: o interior da alma.

A proposta deste espaço virtual pode ser resumida com esta frase:

– Precisamos exercitar a nossa interiorização.

Também gosto desta comprovação do Doutor Uwe Herwig, do Hospital Psiquiátrico Universitário de Zurique, que pesquisa o processo de regulação das nossas emoções (Fonte: “Eu e eu mesmo”, abordagem publicada na Edição Especial n. 46, da Revista Mente Cérebro, da Scientific American, sobre o tema “Consciência”):

– Embora as pessoas mudem tanto física quanto psiquicamente ao longo da vida, a maioria mantém uma visão estável de quem são: várias áreas do cérebro desempenham papel fundamental na autopercepção.

Explica, em seguida:

– Por que o cérebro precisa de mecanismos para descrever a nós mesmos, onde estamos, o que estamos fazendo, quem somos e como nos sentimos? A resposta é simples: vários seres, e não só os humanos, precisam de um nível básico de autopercepção para sobreviver. Um animal que não consegue perceber sua própria identidade e não reconhece o mundo que o rodeia é incapaz de qualquer ação – está completamente desamparado, não consegue reagir ou coordenar seus movimentos. (…) Para animais que habitam um universo social complexo, como os humanos, o self autobiográfico oferece outra vantagem: a oportunidade de regular sentimentos.

São essas descobertas da neurociência que reforçam a proposta deste espaço virtual, no sentido de que, pela prática do “voltar-se para si mesmo”, alcançamos “serenidade” com sintonia de “harmonização interior”. Este, como acredito, deverá ser o nosso propósito de evolução e de crescimento “existencial” e “espiritual”.

Notas:

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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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