(417) Sentindo o que devemos entender por “inteligência”, em nossas relações interpessoais.

A atenção é a mais importante de todas as faculdades para o desenvolvimento da inteligência humana.

São palavras do naturalista e biólogo britânico Charles Darwin (1809-1882), que se dedicou ao estudo da evolução nas ciências biológicas. O que me motivou esta mensagem foi uma das respostas do neurocientista Miguel Nicolelis, em entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo, edição do dia 21 deste mês setembro, publicada com o título “Conspiramos para a nossa extinção”. Ao ser perguntado se acha que o ser humano fica menos inteligente com o passar do tempo, ele respondeu:

– É muito difícil dizer, porque a inteligência é um troço difícil de medir. O teste de QI para mim é muito limitado, porque a inteligência tem muitos fatores e a vasta maioria desses fatores não é mensurável do ponto de vista computacional. Como você vai medir criatividade? Eu conheci pessoas, cientistas, que foram alunos medíocres, mas de repente encontraram seu nicho de atuação e viraram expoentes mundiais. Então, os atributos mais preciosos da mente humana não são digitais, nem mensuráveis pela lógica de computadores.

Entendo que nós precisamos reconhecer que ser inteligente é diferente de ter conhecimento. A “inteligência humana” é a nossa faculdade [por exemplo] de “entender”, de “pensar”, de “raciocinar”, de “interpretar”… [acrescento: principalmente em todas as nossas relações humana].

Vejam, dentre outros, o que já disseram sobre a “inteligência humana”: Carl Sagan: “Saber muito não lhe torna inteligente. A inteligência se traduz na forma que você recolhe, julga, maneja e, sobretudo, onde e como aplica esta informação.” ; Martin Luther King Jr: “A inteligência e o caráter é o objetivo da verdadeira educação.” ; Dalai Lama: “Quando aprendemos a usar a inteligência e a bondade ou afeto em conjunto, todos os atos humanos passam a ser construtivos.” ; Sigmund Freud: “A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos.” ; Leonardo da Vinci: “A sabedoria é filha da inteligencia.” ; Sêneca: “A leitura nutre a inteligência.” ; Schopenhauer: “A inteligência é invisível para quem não tem nenhuma.” ; Umberto Eco: “A concisão é a essência da inteligência” ; Clarice Lispector: “Para compreender a minha não-inteligência, o meu sentimento, fui obrigada a me tornar inteligente.” e Johann Goethe: “O homem que sabe reconhecer os limites da sua própria inteligência está mais perto da perfeição.”.

Merece a nossa atenção este entendimento do psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911), que se dedicou ao estudo da psicometria, sendo considerado o inventor do primeiro teste bem sucedido de inteligência (a Escala Binet-Simon) – Ele preconizou que a inteligência individual não tem uma quantidade fixada. É por isso que os testes de inteligência apenas podem medir as nossas habilidades mentais em “determinada hora” e em um “determinado contexto”. Ele explica, de modo conclusivo:

– “Há na inteligência, um agente fundamental cuja falta ou alteração é de grande importância para a vida prática: o juízo. O desenvolvimento mental progride em ritmos diferentes e pode ser influenciado por fatores ambientais.”

Pessoalmente, não gosto quando se considera ser um indivíduo mais inteligente do que outro, porque todos nós temos as nossas limitações de várias naturezas, umas conhecidas e outras ainda não. Todo ser humano precisa ser respeitado, de acordo com a sua “realidade de ser”. Este é o sentimento humanista que engrandece as nossas relações interpessoais.

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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