“A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.”
São palavras de Clarice Lispector (1920-1977), eternamente presente em nossa caminhada para o “autoconhecimento” – uma jornada de transformação interior. Propositalmente estou realizando este nosso encontro sobre “emoções”, próximo destes dois anteriores (mensagens 498 e 495), para nos ajudar vivenciar os nossos “estados emocionais”. Todos nós sabemos como é o nosso de “sentir uma emoção”, mas pouco sobre como evitá-los quando podem nos causar consequências indesejadas. Ehan Kross, diretor do Laboratório de Emoções e Autocontrole da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, há mais de duas décadas estuda as manifestações emocionais. Em suas pesquisas, já examinou a vida emocional de mais de onze mil pessoas. Pela limitação de espaço, vou resumir as suas informações que, na minha avaliação, merecem nossa atenção:
1. As emoções podem ser “avassaladoras”, “complicadas” ou “silenciosas”. Nós vivenciamos pelo menos uma emoção em 90% (noventa por cento) do nosso tempo.
2. As emoções [inclusive as negativas] podem ser trabalhadas ao nosso favor, mas nem sempre esse nosso controle é possível. No seu livro Shift: Managing Your Emotions – So They Don’t Manage You (Em tradução livre: “Mudança: Gerencie suas emoções, para que elas não gerencie você”), Kross apresenta um modelo para enfrentarmos os desafios emocionais.
3. As vezes é melhor não escolher entre abordar ou evitar, mas oscilar entre as duas coisas intensionalmente, para tentar evitar algumas “emoções negativas” Isto porque a “evitação” pode permitir que a intensidade de uma experiência negativa diminua, abrindo uma distância que nos ajuda a ver a experiência de uma perspectiva mais ampla.
Em síntese, esta é a conclusão do psicólogo e pesquisador Ethan Kross (adaptada com minhas palavras):
– Esquivar-se de emoções negativas pode ser bom. Em suas pesquisas ele concluiu que algumas das ferramentas “mais fáceis” é “falar com sigo mesmo. Explica: Quando usamos a palavra “você”, é quase exclusivamente para nos referirmos a outras pessoas. Quando usamos a expressão “com sigo mesmo”, também pode ser uma maneira poderosa de regular as emoções negativas. Exemplo: Em vez de dizer “estou estressado”, o que pode fazer seu coração disparar, diga a só mesmo “Você está estressado”, referindo-se ao seu sentir. Isso coloca você no papel de “outra pessoa” e pode ajudar a sentir mais compaixão e empatia com você mesmo e seu momento. Esse deslocamento linguístico meio estranho e aparentemente mínimo, faz muita diferença,
COMPLEMENTO:
Gosto desta síntese da psicóloga Fabiana Thiele Escudero, coordenadora adjunta no curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sobre a importância da regulação emocional, na área de gestão de empresa: – “James Gross, psicólogo que dedica a carreira a estudar o tema, afirma que a regulação emocional é o ato de tentar controlar, automática ou intencionalmente, qual emoção sentimos e como expressamos o que estamos sentindo.”
Com relação às pesquisas do psicólogo Ethan Kross, na condição de leigo entendo que todos nós podemos nos beneficiar quando em determinadas situações, diante de um possível envolvimento em experiência de “ambientação emocional”, antecipadamente devemos dizer para nós mesmos que “não vou me emocionar”. Chamo esse comportamento de -“autocontrole emocional antecipado”.
Pensem nisso.
Notas:
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3. A reportagem sobre as pesquisas do psicólogo Ethan Kross foi publicada no The New York Times, e divulgada na edição de domingo, 9 de março de 2025, do jornal O Estado de São Paulo, com tradução de Renatu Prelorentzou. A citação da psicóloga Fabiana Thiele Escudero, foi publicada na Edição 143 da Revista Humanitas, da Editora Escala.
Muita paz e harmonia espiritual para todos.