(471) Sentindo como entender os nossos “desejos” e “decisões”.

Faça o que você deseja, mas se desapegue dos resultados, porque a única garantia do processo é que você possa testar a força dos seus desejos, só que os resultados dependem de fatores mais complexos do que os desejos.

É imprescindível que você crie uma boa história para explicar suas pretensões, sem que essas pareçam atropelar os desejos das pessoas com que você se relaciona. É uma tarefa difícil, porém, sua alma é capaz de a desempenhar.

São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, selecionadas do seu horóscopo divulgado em 16/01/2025.
Agora vejam que interessante: Nesta caminhada para o “autoconhecimento”, uma jornada de transformação, a palavra “desejo” aparece em muitas mensagens e em alguns dos seus títulos, nestas: 454 “sobre a necessidade de subjetivamente avaliar nossos desejos”; 440 “sobre a importância de definir, para nós mesmos, nossos sentimentos de desejos”; 429 “sobre como favorecer o nosso destino desejado”; 412 “sobre a importância subjetiva dos nossos “desejos futuros”; 402 “sobre a “sobre a necessidade de escolher o seu “desejo” preferido”; 317 “sobre o reconhecimento de que nem sempre os “desejos” são buscas das nossas “necessidades”; 252 “sobre como vivenciar a realização dos nossos desejos”, e 070 “sobre os laços de amor”, por “merecimento existencial” que transcendem à manifestação dos nossos desejos.

As duas previsões de Quiroga escolhidas para iniciar este nosso encontro, são de uma clareza cristalina e se completam. Isto porque os resultados de tudo que queremos alcançar em nossas vidas, sempre estarão sujeitos às “imprevisibilidades”. Neste nosso encontro considero a mais importante a segunda, porque devemos avaliar as possíveis consequências dos nossos “desejos” e “decisões” para não prejudicar as pessoas com as quais nos relacionamos.

Certo é que a origem dos nossos “desejos”, estando intimamente relacionada com a nossa “vontade” e “satisfação”, é personalíssima porque os “desejos”, já por nós manifestados ou ainda não, só nos pertencem. Aliás, estou convencido de que os “desejos” têm uma espécie de íntima relação subjetiva com a “incompletude humana”.

Agora vejam que interessante:

1. O filósofo francês René Girard (1923-2015), ficou mais conhecido pela sua “Teoria de desejo mimético”. Na sua época ele usou a mitologia antiga e a ficção para sustentar que o “desejo”, distinto do apetite humano, é sempre despertado pelo desejo de outro.

2. O neurocientistaAntónio Damásio, no seu conhecido livro “Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos”, publicação da Editora Companhia Das Letras com adaptação de Laura Teixeira Motta para português do Brasil, explica [recomendo como leitura obrigatória]:

– “Certas pulsões e motivações. Os exemplos principais incluem a fome, a sede, a curiosidade e os comportamentos exploratórios, os comportamentos lúdicos e os comportamentos sexuais. Espinosa colocou todas essas reações sob a excelente designação de apetites e, com grande refinamento, usou uma outra palavra, desejo, para a situação em que o indivíduo consciente toma conhecimento de um apetite. A palavra apetite designa o estado comportamental de um organismo afetado por uma pulsão; a palavra desejo refere-se ao sentimento consciente de um apetite e à consumação ou frustação de um apetite. Essa distinção espinosiana é equivalente à distinção entre emoção e sentimento. É claro que os seres humanos têm tanto apetites como desejos ligados, de forma sutil às emoções e aos sentimentos. (…)
Seja como for, o objeto do desejo e as memórias pessoais que dizem respeito a esse objeto interagem mútua e abundantemente. As ocasiões passadas de desejo, as nossas aspirações passadas, os nossos prazeres passados, reais ou imaginários, todos eles contribuem para que o desejo se projete de forma particular na nossa mente.”

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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