“Faça o que você deseja, mas se desapegue dos resultados, porque a única garantia do processo é que você possa testar a força dos seus desejos, só que os resultados dependem de fatores mais complexos do que os desejos.
“É imprescindível que você crie uma boa história para explicar suas pretensões, sem que essas pareçam atropelar os desejos das pessoas com que você se relaciona. É uma tarefa difícil, porém, sua alma é capaz de a desempenhar.”
São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, selecionadas do seu horóscopo divulgado em 16/01/2025.
Agora vejam que interessante: Nesta caminhada para o “autoconhecimento”, uma jornada de transformação, a palavra “desejo” aparece em muitas mensagens e em alguns dos seus títulos, nestas: 454 “sobre a necessidade de subjetivamente avaliar nossos desejos”; 440 “sobre a importância de definir, para nós mesmos, nossos sentimentos de desejos”; 429 “sobre como favorecer o nosso destino desejado”; 412 “sobre a importância subjetiva dos nossos “desejos futuros”; 402 “sobre a “sobre a necessidade de escolher o seu “desejo” preferido”; 317 “sobre o reconhecimento de que nem sempre os “desejos” são buscas das nossas “necessidades”; 252 “sobre como vivenciar a realização dos nossos desejos”, e 070 “sobre os laços de amor”, por “merecimento existencial” que transcendem à manifestação dos nossos desejos.
As duas previsões de Quiroga escolhidas para iniciar este nosso encontro, são de uma clareza cristalina e se completam. Isto porque os resultados de tudo que queremos alcançar em nossas vidas, sempre estarão sujeitos às “imprevisibilidades”. Neste nosso encontro considero a mais importante a segunda, porque devemos avaliar as possíveis consequências dos nossos “desejos” e “decisões” para não prejudicar as pessoas com as quais nos relacionamos.
Certo é que a origem dos nossos “desejos”, estando intimamente relacionada com a nossa “vontade” e “satisfação”, é personalíssima porque os “desejos”, já por nós manifestados ou ainda não, só nos pertencem. Aliás, estou convencido de que os “desejos” têm uma espécie de íntima relação subjetiva com a “incompletude humana”.
Agora vejam que interessante:
1. O filósofo francês René Girard (1923-2015), ficou mais conhecido pela sua “Teoria de desejo mimético”. Na sua época ele usou a mitologia antiga e a ficção para sustentar que o “desejo”, distinto do apetite humano, é sempre despertado pelo desejo de outro.
2. O neurocientistaAntónio Damásio, no seu conhecido livro “Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos”, publicação da Editora Companhia Das Letras com adaptação de Laura Teixeira Motta para português do Brasil, explica [recomendo como leitura obrigatória]:
– “Certas pulsões e motivações. Os exemplos principais incluem a fome, a sede, a curiosidade e os comportamentos exploratórios, os comportamentos lúdicos e os comportamentos sexuais. Espinosa colocou todas essas reações sob a excelente designação de apetites e, com grande refinamento, usou uma outra palavra, desejo, para a situação em que o indivíduo consciente toma conhecimento de um apetite. A palavra apetite designa o estado comportamental de um organismo afetado por uma pulsão; a palavra desejo refere-se ao sentimento consciente de um apetite e à consumação ou frustação de um apetite. Essa distinção espinosiana é equivalente à distinção entre emoção e sentimento. É claro que os seres humanos têm tanto apetites como desejos ligados, de forma sutil às emoções e aos sentimentos. (…)
Seja como for, o objeto do desejo e as memórias pessoais que dizem respeito a esse objeto interagem mútua e abundantemente. As ocasiões passadas de desejo, as nossas aspirações passadas, os nossos prazeres passados, reais ou imaginários, todos eles contribuem para que o desejo se projete de forma particular na nossa mente.”
Pensem nisso.
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.