“A mente sempre quer mais do que pode, porque não tem compromisso com a realidade, funciona num nível de abstração em que tudo parece ter cabimento, mas o dia, enquanto isso, continua tendo vinte e quatro horas.
São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, no seu horóscopo divulgado em 01/07/2024. Com essa previsão astrológica, lembrei deste aconselhamento recebido em algumas fases da minha vida – “tenha isso em mente”. Recentemente, no dia 15 deste mês setembro, ele volta a esse tema com esta introdução do seu horóscopo:
“A mente
A mente é um sofisticado órgão de percepção que funciona voltado simultaneamente a duas realidades bem distintas, uma vinculada aos órgãos dos sentidos físicos que se impressionam com a multiplicidade variada de eventos fenomênicos, outra vinculada à comunhão com o espírito Divino, à Vida de nossas vidas na qual nos movimentamos e somos.
É por meio dessa mente de duplo sentido que nossa consciência precisa se abrir passagem e, como o uso do discernimento, escolher valores, significados e orientações, e não há nada que seja mais humano do que isso, viver o dilema dos contrastes, dos duplos sentidos, da superposição de experiências traumáticas e gozosas para que, com a maturidade e a sabedoria adquirida pelo bom aproveitamento das experiências, nós decidamos no íntimo do coração o que seja verdadeiro.”
Vejam que Quiroga esclarece ser a nossa mente um “órgão de percepção”, simultaneamente voltado para duas realidades distintas: uma vinculada aos “órgãos dos sentidos físicos” e outra para a comunhão com o “espírito Divino”.
PERGUNTO
O QUE DIZ AS NEUROCIÊNCIAS SOBRE A MENTE HUMANA?
Ensina o neurocientista António Damásio, no seu livro “Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos”, publicação da Editora Companhia Das Letras, que recomento a leitura. Dele, selecionei e numerei estas partes:
1. Não há dúvida de que a mente humana é especial, especial na sua capacidade imensa de sentir prazer e dor e de conhecer a dor e o prazer de outros; especial na sua capacidade de amar e perdoar. Especial na sua memória prodigiosa e na sua capacidade de simbolizar e narrar; especial no seu dom de linguagem com sintaxe; especial na capacidade de compreender o universo e criar novos universos; especial na velocidade e facilidade com que manipula e integra os conhecimentos que pemitem a solução de um problema.
2. A mente existe para o corpo, está empenhada em contar a história daquilo que se passa no corpo, e utiliza essa história para melhorar a vida do organismo. O cérebro está repleto dos sinais do corpo, a mente é feita desses mesmos sinais, e ambos são os servidores do corpo.
3. É importante notar, contudo, que consciência e mente não são sinônimos. A consciência é o processo que enriquece a mente com a possibilidade de saber da sua própria existência – a referência a que chamamos self – e saber da existência dos objetos que a rodeiam. Em O mistério da consciência, expliquei que em certas condições neurológicas é possível verificar que a mente continua mas a consciência desaparece. Apenas os termos consciência e mente consciente devem ser considerados sinônimos.
4. A mente existe para o corpo, está empenhada em contar a história daquilo que se passa no corpo, e utiliza essa história para melhorar a vida do organismo. O cérebro está repleto dos sinais do corpo, a mente é feita desses mesmos sinais, e ambos são os servidores do corpo.
Termino, com este “sentir” do escritor argentino Carlos Bernardo González Pecotche (1901-1963):
“Somente na mente humana há de encontrar-se a grande chave que decifre todos os enigmas da existência”
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.