“SEM CONSCIÊNCIA – ISTO É, SEM UMA MENTE DOTADA DE SUBJETIVIDADE –, VOCÊ NÃO TEM COMO SABER QUE EXISTE, QUANTO MAIS SABER QUE VOCÊ É E O QUE PENSA.”
São palavras do neurocientista António Damásio, no seu livro “E o cérebro criou o homem“, lançado no Brasil pela Editora Companhia Das Letras, com tradução de Laura Teixeira da Motta. Que maravilha de significar a importância da subjetividade humana, com a nossa capacidade de “sentir” e de “voltar-se para si mesmo.” Em todas as buscas interiores de “autoconhecimento”, a linguagem simbólica dos nossos “sentimentos” e “emoções” é personalíssima porque somos seres únicos, individualizados em todos os sentidos do nosso “existir” e do nosso “viver”. Complementando e peço a sua atenção para estas considerações da Psicóloga Ana Mercês Maria Bock, que possui mestrado e doutorado em Psicologia Social pela PUC-SP, reproduzidas do seu livro “Psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia“, publicação da Editora Cortez:
– (…) falar do fenômeno psicológico é obrigatoriamente falar da sociedade. Falar da subjetividade humana é falar da objetividade em que vivem os homens. A compreensão do “mundo interno” exige a compreensão do “mundo externo”, pois são dois aspectos de um mesmo movimento, de um processo no qual o homem atua e constrói/modifica o mundo e este, por sua vez, propicia os elementos para a constituição psicológica do homem.
Palavras de sabedoria > A compreensão do “mundo interno” exige a compreensão do “mundo externo”. Concordo, porque nós vivenciamos uma permanente coexistência de simultâneas experiências de realidades, compondo o mosaico de um mundo que, “para nós”, espelham as imagens objetivas das nossas percepções, com as do nosso mundo interior que, “em nós”, modelam a essência simbólica dos significados subjetivos de todas as nossas interações “existenciais”.
Sob uma perspectiva histórico social do desenvolvimento humano, considero proveitosas todas as práticas de “autoconhecimento” que favoreçam o “escutar sensorial” da nossa subjetividade. Pergunto: Como devemos fazer para alcançar essa sintonia de harmonização interior? Gosto deste ensinamento do criador da Teoria da Subjetividade, o psicólogo e professor Fernando Gonzáles Rey (1949-2018), no seu bem fundamentado artigo “A saúde na trama complexa da cultura, das instituições e da subjetividade“:
– O tipo de emoções que afetam a saúde não pode se separar de sua configuração subjetiva, o que constitui processo importante de conhecimento para qualquer ação psicológica orientada à mudança, desde as psicoterapêuticas até as psicológicas, ou de ação institucional e comunitária.
Resumindo a síntese mais importante desta mensagem: Em nossas vidas todos os acontecimentos, sejam de que natureza forem, são representados pelas suas “configurações subjetivas”. Reforço com este entendimento de Elisabeth Pacherie, pesquisadora do Instituto Jean Nicod, em Paris:
– A EMOÇÃO É DETERMINADA PELA MANEIRA COMO REPRESENTAMOS A SITUAÇÃO E PELA A AVALIAÇÃO QUE DELA FAZEMOS.
Termino esta mensagem com este ensinamento do psicólogo americano Albert Ellis (1913-2007), que em 1955 desenvolveu a conhecida Terapia Racional Emotiva Comportamental (resumida com minhas palavras):
– Os acontecimentos podem motivar sentimentos que, no entanto, não são a principal causa deles. A nossa resposta emocional depende dos significados por nós, a eles atribuímos. De acordo com a teoria construtiva da Terapia Racional Emotiva Comportamental, nós podemos construir as nossas realidades de acordo com as nossas formas de pensar e preferências de escolhas.
Espero você no nosso próximo encontro.
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.