(412) Sentindo que nossas lembranças perpetuam, para sempre, em todos nós.

Eis a minha doença: não me restam lembranças, tenho apenas sonhos. Sou um inventor de esquecimentos.

São palavras do escritor moçambicano Mia Couto, um dos meus preferidos, no seu romance “O Mapeador de Ausências“, publicação da Editora Companhia Das Letras, que recomendo para meus seguidores. A primeira sensação que tive com a leitura desse livro foi a da ilusória passagem do “tempo” em nossas vidas que, no entanto, subjetivamente pode parecer esquecida em nossas memórias como se estivesse apagada para sempre.

Esta não é a primeira vez que Mia Couto enriquece a nossa caminhada para o “autoconhecimento”, sendo por mim citado nas mensagens 351, 264, 237, 230, 189 e 108. Vejam que interessante: Mia Couto considera ser uma doença quando “não lhe restam lembranças”, certamente referindo-se aos fatos marcantes de sua trajetória de vida. Em seguida, valoriza seus sonhos para se declarar “um inventor de esquecimentos“.
Que “BELO” modo de transmitir pela escrita seus sentimentos, suas emoções…

Certo é que os nossos tempos “passado”, “presente” e “futuro”, compondo a história de nossas vidas, podem não ser lembrados, mas nunca serão para sempre esquecidos. Isto porque, como entendo, nesta dimensão de descobertas de necessidades permanentes de melhorias e de evolução, o tempo delimitado por circunstâncias diversas compõe o mosaico de “transcendência espiritual” do nosso “existir”, independente das nossas conscientes manifestações de escolhas.

Vejam, dentre outros exemplos, o que já disseram sobre o “tempo”:
Clarice Lispector: “Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito.” ; Fernando Pessoa: “Tudo o que é bom dura o tempo necessário para ser inesquecível.” e “A memória é a consciência inserida no tempo.” ; Lewis Carrol (em Alice no País das Maravilhas): “Alice – Quanto tempo dura o eterno? Responde o coelho, Às vezes apenas um segundo.” ; Mario Quintana: “Não faças da tua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo.” ; Charles Chaplin: “Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre.” ; Mario Quintana: “Na convivência, o tempo não importa. Se for um minuto, uma hora, uma vida. O que importa é o que ficou deste minuto, desta hora, desta vida.” e “O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo.” : Isaac Newton: “O tempo é uma ilusão produzida pelos nossos estados de consciência à medida em que caminhamos através da duração eterna.” ; Caetano Veloso: “O tempo não pára e no entanto ele nunca envelhece.” José Saramago: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.” ; François Rabelais: “Tudo chega com o tempo, para quem sabe esperar.” ; Plutarco: “O tempo é o mais sábio dos conselheiros.” ; Auguste Rodin: “Nada é perda de tempo se você usar a experiência sabiamente.” ; Sêneca: “O tempo revela a verdade.” ; Johann Goethe: “Tudo chega com o tempo, para quem sabe esperar.” ; Santo Agostinho: “O tempo é um vestígio de eternidade” ; Machado de Assis “O tempo corre, e as nossas sensações com ele se modificam.” e Anaïs Nin: “Sempre dizem que o tempo muda as coisas, mas que tem que as mudar é você.”.

Recentemente recebi um comentário de uma seguidora, elogiando essa inovação de enriquecer esta nossa caminhada com o que já disseram sobre o tema de cada um nos nossos encontros. Para ela, cada uma dessas citações são preciosas fontes de “autoconhecimento” porque nos ajudam refletir sob perspectivas diferentes através de diferentes épocas diferentes da nossa atual.

Se você for surpreendido com a falta de detalhes de acontecimentos que, por exemplo, marcaram sua vida, faça como Mia Couto e seja um “strong>inventor dos seus esquecimentos”.

Termino este nosso encontro com Ana Carolina cantando “Força Estranha”, de Caetano Veloso, enaltecendo o “tempo” pelos momentos importantes de nossas vidas:

Notas:
1. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta mensagem, dependem de prévia autorização (Lei nº 9.610/98).
2. Havendo nesta mensagem qualquer alegação ou citação que mereça ser melhor avaliada ou que seja contrária aos interesses dos seus autores, mande sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br
3. O vídeo do canal vevo, acessado pelo Youtube.

Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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