“SOCIALMENTE SOMOS ARTISTAS. E PRECISAMOS DA ARTE COMO ELEMENTO QUE AGUÇA A SENSIBILIDADE. SEM SENSIBILIDADE, NÃO HÁ COMO USUFRUIR DAS FUNÇÕES BÁSICAS DO NOSSO CORPO HUMANO, DA NOSSA MENTE HUMANA E DA NOSSA ALMA HUMANA. É PRECISO CULTUAR A SENSIBILIDADE.”
São palavras da atriz Dira Paes, comentando o filme documentário “Mise en Scène – A Artesania do Artista”, que foi exibido no Festival de Cinema Independente de Toronto. Dirigido por Manuh Fontes, em entrevista concedida à jornalista Mariane Morisawa, publicada na edição de 19 de setembro do jornal O estado de São Paulo, Dira Paes (que considera impossível um ser humano viver sem arte) manifestou este seu “sentir” sobre a arte na interpretação das nossas “vidas” e como possibilidade de nos fazer seres livres:
– Achei uma provocação maravilhosa. Eu vejo o filme como fragmentos dessa arte de interpretar, porque nós somos muito mutantes. É um filme-homenagem a essa disposição de ser o outro – de ser o outro e você também, essa quase esquizofrenia em que vivemos quando temos de dar vida a um personagem.
Para Dira Paes, existe arte em tudo. Ela explica: “Todos nós ouvimos o mantra das nossas necessidades básicas, e a arte estaria aí como um dos elementos essenciais. Não só para sobreviver, mas para ser feliz.”
Concordo com Dira Paes porque entendo que, em nós, as representações dos significados sensoriais das percepções do “BELO” fluem do abstrato de uma essência intuitiva e simbólica de todos os nossos envolvimentos com a “VIDA”. É quando, para todos, espelhamos a singularidade da nossa arte de sentir a ‘VIDA”, e como saber viver.
Apreciar e gostar de qualquer manifestação artística, é “VIDA”. Mas uma “VIDA” em sintonia de harmonização com um estado de estesia de leveza interior, modelado pelas nossas preferências estéticas de beleza. Também é prática de “autoconhecimento” porque o ser humano precisa conhecer seus sentimentos e emoções e, assim, melhorar a sua arte de viver.
Ao escolher as palavras de Dira Paes para iniciar esta mensagem, veio-me à mente esta parte do meu ensaio sobre “A Percepção da Arte”, publicado em 1999 na edição n. 30 da Revista VENTURA, da Editora Ventura Cultural:
– Toda obra de arte é sentimento, é emoção (do latim “emovere” – “o que move”). É o sentimento, a emoção presente na essência da obra de arte que “desencadeia o dinamismo criador do artista”, repercutindo no espectador “o movimento que provoca novas combinações significativas entre suas imagens internas”. Portanto, nós precisamos entender uma obra de arte através dos nossos sentidos e não como sendo o resultado de uma ideia de imagem pré-concebida do artista que a idealizou. O observador possui a capacidade psíquica de fracionar a abrangência da sua percepção visual. Assim, todos nós podemos nos deter apenas sobre determinado ângulo de uma escultura; sobre determinado elemento constitutivo de uma paisagem ou mesmo, em uma pintura abstrata, sobre determinada intensidade e presença de cores, manchas ou traços de retas. Esta interior preferência visual está diretamente relacionada com a essência da sensibilidade artística do observador de uma obra de arte. Toda obra de arte é sentimento, toda obra de arte deve ser concebida e materializada com o equilíbrio da estrutura de um “todo harmônico” que enseja o surgimento de um elo de ligação com a essência das matizes estéticas das nossas realidades interiores.
FAÇA DA SUA VIDA, UMA OBRA DE ARTE DO SEU VIVER!!!
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.