(419) Sentindo a subjetividade do nosso “pensar”, como fonte de “autoconhecimento”.

Muitos de nossos problemas – tanto os individuais quanto os que atingem nossas sociedades – só serão resolvidos com mudanças em nossos hábitos, e isso inclui hábitos de pensamento e de ação.

Essa síntese conclusiva é da doutora em Filosofia pela PUC-SP, Monica Aiub, iniciando suas considerações sobre “A Tarefa do Pensar”, publicadas na edição 178 da Revista humanitas, da Editora Escala. Foram por ela manifestadas neste ano de 2024, quando completa 25 anos no seu consultório de filosofia. Para este nosso encontro, selecionei e numerei estas partes:

1. Investigar as origens do pensamento com base na realidade, deparar-se com o próprio erro e aprender com ele, modificar a conduta podem ser consequências do pensar junto com outras pessoas. Mas nosso cotidiano nos envolve, cada vez mais, em tarefas mecânicas.
2. Raras são as vezes em que nos questionamos sobre os pensamentos que nos guiam, comumente os tomamos como verdades. Examinar nosso modo de pensar, suas origens, seu desenvolvimento e suas implicações é papel da filosofia. Também é papel da filosofia examinar, diante dos fatos, o que é ou não verdade – ainda que a discussão em torno do conceito de verdade possa ser bem mais complexa.
3. Assumir a tarefa de pensar não significa que não tenhamos referências, influências, interesses; significa termos consciência destes, consciência do lugar a partir do qual lemos o mundo, interpretamos os fatos, mas também ter consciência de outros lugares possíveis, das contra-posições e, principalmente, dos motivos pelos quais nos mantemos neste lugar. Por isso, não estamos sós na tarefa. Dialogamos com nossas referências, a partir de um repertório cultural construído e aprendido socialmente; dialogamos com as pessoas que nos cercam e estão envolvidas com nossas questões. É a partir do diálogo que estabelecemos nossas reflexões, nossos questionamentos sobre a vida cotidiana e, até, sobre nossos próprios pensamentos. Não qualquer diálogo, mas aquele que nos provoca a examinar nossos princípios, valores, argumentos, pensamentos e ações.

Em recentes mensagens anteriores, expliquei que a primeira fase da nossa caminhada para o “autoconhecimento” esta direcionada para entender e significar a percepção subjetiva e sensorial dos nossos sentimentos e emoções (mensagem 001). Com o imprevisível e crescente número de mensagens já postadas, fiquei convencido de que tudo, por nós manifestado, são fontes preciosas de “autoconhecimento”. O nosso “pensar”, por exemplo, ainda “silencioso” ou “verbalizado”, também é porque por ele transmitimos muito do nosso “sentir interior”, muito da percepção subjetiva da nossa “sensibilidade da alma” que, em muitas das nossas relações interpessoais, nem sempre é entendida porque todos nós somos “seres únicos”, nesta dimensão de vida. Em se tratando de um nosso “pensar” que quando já falado, transmitido por nós, que por vezes nós surpreendem, silenciosamente, devemos perguntar para nós mesmos – “por que penso assim?”

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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