“NÃO PENSE TANTO… SINTA!”
Que bela recomendação do Psiquiatra e Psicoterapeuta Fritz Perls (1893-1970), contendo duas realidades que merecem atenção: a do “pensar” (objetiva, racional) e a do “sentir” (subjetiva). Sobre a importância da primeira, ensina Lya Luft (1938-2021): “Para reinventar-se é preciso pensar.” Sobre a segunda, gosto desta explicação de Miguel de Cervantes (1547-1616): -“Sabemos dizer o que sabemos sentir.” Complemento citando o pai da Psicologia Experimental, o psicólogo alemão, Wilhelm Wundt (1832-1920), que defendia a necessidade de duas observações: a das vivências exteriores e a “observação interna”, por ele chamada de “introspecção” ou “auto-observação”. O gênio Leonardo da Vinci (1452-159), alertava: “Quem pensa pouco, erra muito.”
No seu bem fundamentado artigo, “Ganhos da diversidade cognitiva” (publicado na edição 142 da Revista humanitas, da Editora Escala), esclarece a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Keitiline Viacava, que possui pós-doutorado em Neurociência Cognitiva, realizado na Universidade de Georgetown, em Washington:
– As pessoas diferem na forma como adquirem conhecimento, como processam informações do entorno e como avaliam esforço e resultado. Isso se chama “diversidade cognitiva” ou “diversidade de pensamentos”. (…) A convivência entre pessoas com formas diversas de pensar não é tarefa simples, pois se confronta com a tendência (ou viés) que temos de busca por conformidade para evitar conflitos e retaliação, e isso desafia a diversidade. (…) Uma das principais ideias por trás da noção de diversidade cognitiva é que não há um estilo único, desejado ou ideal de pensamentos, já que esses são sempre dependentes das pessoas e dos contextos nos quais estão inseridos. O que existe é a necessidade de conhecermos mais sobre a maneira como pensamos para, assim, desenvolvermos estratégias cognitivas e empáticas que facilitem a convivência com modos de pensar diferentes do nosso.
Não importa a ordem. “Pensar” e “ Sentir” ou “Sentir” e “Pensar“. Sempre serão proveitosas práticas de “autoconhecimento”, como buscas de interiorizações voltadas “para si mesmos”, para a percepção das projeções sensoriais da nossa “individualidade existencial”.
Volto para o entendimento de Miguel de Cervantes, e pergunto para você:
PODEMOS SIGNIFICAR OS NOSSOS SENTIMENTOS?
Para ajudar na sua resposta, peço atenção para estas informações:
1. O psicólogo americano Johnmarshall Reeve, no seu livro “Motivação e emoção”, lançado no Brasil pela Editora LTC, explica que as “sensações” (fenômeno puramente perceptual) são reações, em nós, causadas por um estímulo interno ou externo.
2.. O neurocientista António Damásio, no seu quinto livro, A
“A estranha ordem das coisas – as origens biológicas dos sentimentos e da cultura” (publicação da Editora Companhia Das Letras, com tradução de Laura Texeira Motta), ensina que os “sentimentos” são experiências subjetivas dos nossos estados de vida (homeostase). Guiam os nossos pensamentos, transmitindo o que precisamos saber.
De modo conclusivo, complemento:
Se pelo fluir do ciclo da nossa existência, somos seres únicos com as nossas singularidades bem definidas. Se somos responsáveis pelas nossas escolhas. Se podemos, para nós mesmos, idealizar e modelar anseios de novas realidades. Se os sentimentos são “experiências subjetivas de estados de vida (homeostase), que transmitem o que precisamos saber”… Vou continuar significando os meus “sentimentos”.
Notas:
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Harmonia espiritual para todos.