(368) Sentindo com o nosso tempo, o passar do tempo.

“A transformação do passado em futuro não segue necessariamente esse sentido, porque o futuro existe, é real e tão determinante quanto o passado, em muitos casos se apresentando e transformando o passado com sua presença.”

“O futuro, necessariamente, pouco se parece ao seu passado, e por isso é necessário que você solte as amarras que prendem sua alma a como as coisas eram feitas sempre. Nada mais será como antes, o futuro está aberto.”

São palavras do astrólogo Oscar Quiroga, em duas previsões do seu horóscopo divulgado em 20/04/2024. Esta é a sua quinquagésima primeira participação em nossa jornada para o “autoconhecimento”, motivada pela subjetividade das suas interpretações sobre as influencias dos astros em nossas vidas. Recentemente ele também se referiu ao “futuro” (mensagem 365). Agora vejam a introdução de Quiroga, seu horóscopo do dia 04/12/2023:

Futuro e passado.
O futuro é tão real e determinante quanto o passado, mas nos relacionamos com o futuro da mesma forma com que nos relacionamos com nossa própria alma, pressentimos sua realidade, mas não nos convencemos totalmente de que essa experiência seja tão real quanto a do passado, sobre o qual temos as provas que a memória oferece.

No entanto, até a memória pode ser ressignificada, afinal, é para isso que as terapias psicológicas existem, e comprovam ser possível modificar nossa relação com o passado, o que, na prática, resulta em que o passado não é mais consistente do que o futuro, o qual, por sua vez, se nos apresenta antes de acontecer, como pressentimento, nas vezes em que começamos a pensar em alguém que é improvável encontrar, mas no decorrer do dia ou em pouco tempo, o encontro acontece.

Concordo com Quiroga porque, de acordo com a minha percepção, essa nossa sensação “abstrata” e “subjetiva” de temporalidade é preciosa fonte de “autoconhecimento”, principalmente por ser, em sua essência, “atemporal”. Logo, a qualquer momento, todos nós podemos “significar” a ilusória passagem do tempo em nossas vidas [seus eventos desejados ou não por nós] e também “ ressignificar“, para nós mesmos, o fluir existencial da nossa história de vida. Vejam estes exemplos que selecionei para você:

Clarice Lispector: “A saudade é a prova de que o passado valeu a pena.”; “Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades.”, “O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.”; Lya Luft: “Lembro-me do passado, não com melancolia ou saudade, mas com a sabedoria da maturidade que me faz projetar no presente aquilo que, sendo belo, não se perdeu.”; Mário de Andrade: “Passado é lição para refletir, não para repetir. Heródoto: “Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro.”; Charles Tocqueville: “Quando o passado não ilumina o futuro, o espírito vive em trevas.”; Mario Quintana: “O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.”; Fernando Pessoa: “Amor não se conjuga no passado, ou se ama para sempre ou nunca se amou verdadeiramente.” e Confúcio “Se queres prever o futuro, estuda o passado.”

O que todos nós precisamos fazer, inclusive com sentimento de gratidão, é poetizar nossas vidas. Gosto deste poema do escritor moçambicano, Mia Couto:

Identidade
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo

Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta

Sou pólem sem insecto

Sou areia sustentando
o sexo das árvores

Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro

No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço”

Espero você no nosso próximo encontro.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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