“A APRENDIZAGEM – QUE NOS ALARGA O ENTENDIMENTO, QUE NOS TORNA SERES COMPASSIVOS, EM COMUNHÃO COM OS DEMAIS -, MUITAS VEZES SÓ SE DÁ POR MEIO DAS PERDAS.”
São palavras do escritor João Anzanello Carrascoza (que já enriqueceu a nossa jornada para o “autoconhecimento” – mensagem 185), em entrevista à Revista Cult sobre o seu livro “Espinhos e Alfinetes”, composto de onze contos, que trata da finitude da nossa existência. Um ser humano que engrandece a literatura brasileira contemporânea com o seu instigante domínio introspectivo da arte da escrita, o que lhe permite mostrar muitas das matizes ocultas do seu “mundo interior”. São pessoas como ele que conseguem despertar em nós, necessidades de reflexões sobre as difíceis experiências com as nossas”perdas”. Pergunto:
NESTA TRISTE E PREOCUPANTE REALIDADE DA PANDEMIA, O QUE PODEMOS APRENDER COM AS PERDAS HUMANAS?
Muito antes desta pandemia, em outubro de 2017, sobre a necessidade de entender a finitude humana em qualquer circunstâncias do nosso “viver”(para tentar enfrentar e diminuir um pouco o nosso sofrimento e fortalecer as nossas condições de superação), em artigo sobre longevidade esclarece a Psicóloga Ligia Py, que também possui especialização em Gerontologia:
– Somos todos aprendizes até o fim da vida. A aprendizagem é um processo contínuo de construção da nossa identidade, jamais concluída. Aprendemos com os outros, com a família, com os amigos, a escola, a rua, a mídia. A sociedade, a cultura e tanto mais. E aprendemos muito com as nossas experiências de sucesso e de fracasso. Nesse percurso, vamos nos construindo como pessoas, como seres de relação com os outros e podemos (ou não) cultivar uma competência para buscar valores essenciais para nós mesmos, para conviver com os demais, reconhecendo e quiçá valorizando as diferenças. E que estejamos abertos aos sonhos, às surpresas, empenhando-nos para nos recriar a cada vez que sucumbirmos à adversidades. Se desenvolvermos essa competência, na velhice pode haver uma possibilidade ampliada de enfrentar as dificuldades, que não são poucas. (…) O empenho em assegurar um aprendizado que leve em conta a finitude das pessoas e das coisas tende a inspirar respeito e valoração às pessoas nas suas diferenças, à vida como a aventura finita e única a que todos temos direito, à natureza, que é a nossa morada.
Volto às palavras do início desta mensagem: Carrascoza (de acordo com o alcance do meu “sentir” com essência de “espiritualidade interior”), manifesta o seu entendimento de que todas as nossas “perdas”, sejam elas de que natureza forem, pelos seus significados e abalos emocionais deixados em nós, fazem surgir uma espécie de consequente e natural necessidade de “querer encontrar” uma explicação (mas não de aceitação) que nos ajude fortalecer as nossas condições de superação. Inclusive, provocando em muitos, um também “querer saber” qual é o sentido das nossas “vidas”.
Certo é que muitas das “aprendizagens” que nesta pandemia podem ser recebidas com o crescente número de “perdas humanas”, precisam ser ressignificadas por cada um de nós. Trago para espiritualmente energizar esta mensagem, este recente e “BELO” exemplo da atriz Denise Fraga que também já enriqueceu a nossa jornada para o “autoconhecimento” (mensagem 054):
A COMPLEXIDADE DESTES TEMPOS TRAZ A OPORTUNIDADE DO ENCONTRO, E TENHO SIDO UMA BOA CONSELHEIRA DE MIM MESMO, FAZENDO COM QUE O MEU OTIMISMO SEJA MAIOR DO QUE A MINHA ANSIEDADE.
Agora vamos conhecer um pouco do olhar interior da “Sensibilidade da Alma” do escritor João Anzanello Carrascoza, sobre as nossas “perdas”, nesta dimensão de vida (tema muito presente na sua produção literária). Destaco da sua entrevista publicada em outubro de 2017, da edição edição 117 da Revista da Cultura, da Livraria Cultura (mensagem 185), o seguinte:
1. Sobre se todos nós estamos sempre perdendo.
Carrascoza. É inevitável. O primeiro instante de sua vida é o que você ganhou, mas perdeu também, porque ele vai desaguar no fim. E no fim é a mesma coisa, ao mesmo tempo que se ganha se perde. A morte pode ser a perda, mas, se há crença em uma continuação, é um ganho.
2. Sobre o que subjetivamente representa para você, a perda do outro.
Carrascoza. Perder o outro é perder um pouco de si também, que desaparece e com ele vai junto uma forma de você entender sua própria existência. Você fica sem o ganho dessa presença, uma visão de você por meio de outro, uma mediação de tua existência.
3. Sobre se a morte é um elemento que, de alguma forma, está tão presente em seus livros.
Carrascoza. Sim, a morte está presente pelo aspecto físico ou, às vezes, ela é simbólica. E, também é brusca, marcante, muito forte, porque enseja outro ciclo, destina outros rumos para aqueles que estavam vivendo. Então é também uma transformadora muito vigorosa, vem realmente para a metamorfose. Isso me interessa assim como o tempo, já que a morte é o limite do tempo. Acho que quase sempre o tempo figura nos meus textos como personagem, ele está ali organizando a história com o narrador ou com personagens secundárias. E, curiosamente, narro muito no presente, porque as coisas estão acontecendo à nossa vista. Então perceba que, no mesmo momento que elas acontecem, nós já estamos perdendo-as. Esse minuto, no momento em que ele se concretiza e a gente o vive plenamente, já e perdido.
4. Sobre se quando você era criança, as histórias da pessoas, da família já o instigavam.
Carrascoza. Sim, sempre me desafiou, me encantou, me moveu, digamos que me estimulou a não deixar as coisas se perderem, saírem das minhas vistas e das minhas mãos. Desde pequeno eu pensava nisso também, vivia um fato e já lembrava, porque o resgate da memória ia me consolidando também como um sujeito que constrói sua subjetividade e pode alterá-la, pode aprimorá-la. É como se fosse um aprendizado. Acho que relembrar o que foi vivido te traz encanto, saudade, inquietação, alegria, mas não é só isso. É uma forma de você também aprender sobre si e constituir também sua escrita. Porque cada um de nós, e acredito nisso, é um texto o tempo todo sendo refeito, são as narrativas que criamos para nós.
5. Sobre a finitude da existência humana.
Carrascoza. (…) Acredito que a finitude uma hora vem e você não tem tempo de fazer coisas, de avisar pessoas, de se despedir nem nada. Então, escrever para mim é justamente tentar viver o instante da melhor forma possível, me entregar a ele sabendo que uma hora eu não o terei. E escrevendo posso ter aqueles com quem vivi de uma outra forma, constituído por esse arcabouço da memória. Mas isso faz com que eu valorize justamente o momento presente nas histórias que escrevo.
Termino esta mensagem, com este “sentir” desse escritor que está me ensinando fortalecer a caminhada do meu “existir espiritual”:
ESTAMOS AQUI, AQUI QUE ESTAMOS E É ISSO QUE NÓS FAZEMOS, NÓS VIVEMOS, ESTAMOS FAZENDO A NOSSA JORNADA.
Hoje, completando onze anos da elevação espiritual de Sônia, dedico esta mensagem às minhas filhas e netos que estão dando sentido ao meu “viver”.
Notas:
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2. A citação da Psicóloga Ligia Py, foi reproduzida artigo “A Explosão dos Conhecimentos”, de Renato Rocha Mendes, e também a entrevista do escritor João Carrascoza (na íntegra, no link indicado nas notas da mensagem 185) foram publicadas na edição 117, de outubro de 2017, da Revista da Cultura, da Livraria Cultura.
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Muita paz e harmonia espiritual.
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Fico contente por ter gostado. Ajude divulgar. Edson Bomfim.