(367) Sentindo a necessidade de um sentido em nossas vidas.

Há muito estou convencido de que todos nós somos “seres transcendentes”, de origem “transcendente”, e que estamos ligados, conectados a uma “Totalidade Maior” porque temos uma “consciência transpessoal” e “espiritual” que em todos os momentos do nosso existir, precisa estar desperta em nós. Para “Jung “o mundo, tanto por fora como por dentro, é sustentado por bases transcendentais, é algo tão certo quanto a nossa própria existência” (OC 14/II, § 442). Certamente está se referindo, principalmente, à “transcendência da nossa psique”! (assim entendo)

Prestem atenção nesta explicação de Brigitte Dorst, professora de Psicologia, psicanalista e psicoterapeuta junguiana, com consultório em Münster, na Alemanha, que encontrei no seu precioso livro “C.G.Jung – Espiritualidade e Transcendência” (publicação da Editora VOZES, com tradução de Nélio Schneider, que recomendo a leitura):

– Uma enfermidade que ameaça a vida, como, por exemplo, o câncer, leva muitos atingidos a submeter sua vida a um exame. A doença impõe limites à possibilidade de planejar sua própria vida, muda prioridades. Ela pode ser entendida como um chamado especial da vida para mudar a valoração do que é importante e do que não é importante e levar a pessoa perguntar criticamente pelo sentido do seu próprio modo de viver.

Complementa, referindo-se ao seu livro Lebenskrisen (numerei):

1. Justamente em crises da vida, nas situações de transição e nas rupturas da vida, em perdas repentinas de uma pessoa querida ou no diagnóstico de doenças que ameaçam a vida, irrompe a pergunta pelo sentido. As crises andam de mãos dadas com sentimentos de abandono existencial, impotência e ameaça.

2. Golpes do destino e acontecimentos que mudam repetinamente a vida, bem como a incapacidade de dar conta deles com seus próprios recursos, frequentemente constituem o motivo pelo qual as pessoas buscam auxílio e acompanhamento terapêuticos.

3. Na análise e na terapia também afloram temas religiosos e perguntas pelo sentido. O trabalho terapêutico toca a esfera das perguntas existenciais básicas e, por conseguinte, exige de ambos, terapeuta e paciente, que se envolvam com essas questões. É o que enfatiza Ingrid Riedel: “O que distingue [..] a psicologia junguiana de todas as demais correntes e caracteriza o lugar especial que ela ocupa na psicologia profunda é o fato de ter seu centro de gravidade onde se trata da busca de sentido e da pergunta pelo sentido.

4. A temática religiosa – esse sempre foi o entendimento de Jung – é inerente ao processo de análise e ao processo de individuação terapeuticamente acompanhado.

5. Quando se trata de cura na terapia, quando se trata de recuperar a saúde do ser humano, o espaço de experiência da terapia precisa estar aberto para o numinoso, para a busca do sentido e para todas as questões espirituais e religiosas que são inseparável de sua existência humana.

Vejam que bela conclusão da Psicóloga e psicoterapeuta junguiana Brigitte Dorst [que volto a recomendar a leitura do seu livro acima citado]:

A BUSCA POR SENTIDO, POR UMA BASE DE SUSTENTAÇÃO, É ENTENDIDA NA PSICOLOGIA ANALÍTICA COMO UMA PROFUNDA NECESSIDADE “A PRIORI” DO SER HUMANO.

Agora prestem atenção: Se você conhecer alguém que esteja acometido de uma doença grave; que esteja desanimado; passando por dificuldades; sem esperanças; perdendo o sentido da vida; e sem poder ter um acompanhamento terapêutico (ou de outra natureza), fala para essa pessoa que esse “sentido da vida” está “DENTRO DE TODOS NÓS“, no nosso “ACREDITAR“, porque somos assistidos e estamos espiritualmente conectados a uma “TOTALIDADE MAIOR“, e dela fazemos parte..

Termino este nosso encontro, com estas palavras:

ACREDITE NO SEU DEUS, ELE ESTÁ DENTRO DE VOCÊ PARA LHE ESCUTAR. COM O NOSSO ACREDITAR, IDEALIZAMOS E MODELAMOS O SENTIDO DE NOSSAS VIDAS..

Pensem nisso.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Publicado por

Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br

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