Todas as nossas ações, tudo que deveríamos ou não fazer, mostram significados subjetivos da nossa realidade interior. São fontes de buscas de “autoconhecimento”. As nossas decisões, sejam de que natureza forem, revestem-se de importância porque, como entendo, muitas delas podem até nos surpreender.
Terminei a mensagem anterior com este entendimento do neurocientista argentino, Mariano Sigman, autor do livro A vida secreta da mente, publicado pela Editora Objetiva:
– Quando tomamos uma decisão, muitas vezes acreditamos que estamos fazendo algo consciente, quando na verdade é totalmente inconsciente. Todo esse processo ocorre numa camada abaixo do consciente. O que acontece é que nesse momento o seu cérebro começa a calcular muitas coisas e possibilidades e você não está nem ciente de toda essa atividade que está acontecendo nele.
Para a jornalista Renata Vomero, a psicologia dá conta de responder de que maneira nós nos inclinamos, sob o controle do nosso inconsciente, a tomar alguns tipos específicos de decisões dentro desse processo. A respeito ela se reporta à esta explicação da psicóloga Clarice Pimentel Paulon>:
– Em alguns momentos, escolhemos pela via do prazer, independentemente das consequências. É o que chamamos de atitudes impulsivas: optamos por sair em vez de estudar, ou por ficar mais um pouco, sabendo que temos um longo dia pela frente. São momentos em que não medimos muito as consequências. Outras vezes decidimos a partir da fuga do desprazer: não necessariamente teremos prazer nas escolhas, mas pensamos que escolhemos ‘dos males o menor’.
Complementa Renata Vomero:
Evidentemente, as emoções, então, passam a ter um papel central no processo decisório, apesar de em várias ocasiões serem desconsideradas ou consideradas menores em contraponto a um raciocínio lógico e totalmente racional. Nesse sentido esclarece o neurocientista André Frazão Helene, sobre essas emoções:
– Elas têm papel importante em pelo menos duas frentes. Por um lado, os estados emocionais definirão o estado fisiológico no momento da tomada de decisão. Isso irá alterar a forma como o sistema responderá. Estados emocionais positivos podem auxiliar na retenção de informações em comparação aos estados neutros. Assim como negativos são muito eficientes também no favorecimento da retenção de novas memórias.
Por sua vez esclarece o professor de filosofia da USP, Roberto Bolzani Filho:
– As deliberações que preparam tomadas de decisões resultam da maneira como vemos o mundo e os valores que encontramos nele, ao mesmo tempo em que, inevitavelmente, levamos em conta, de forma prioritária, nossos interesses pessoais.
Renata Vomero termina o seu bem fundamentado artigo com estas considerações embasadas nos ensinamentos da psicóloga Clarice Pimentel Paulon: É nessa conjuntura que formamos uma bagagem emocional e psíquica acerca de nossas escolhas, as quais se acumulam e crescem, dando sentido à trajetória de vida. Assim como nos conhecermos como indivíduos frente aos problemas e questões que a vida nos propõe. Ensina Clarice Paulon – “A tomada de decisão faz com que entendamos o modo como lidamos com situações cotidianas. Se somos mais impulsivos e tomamos decisões mais rapidamente, somos considerados mais ativos perante a vida, do contrário, somos mais conservadores em nosso modo de reagir e considerados mais passivos. No entanto, essas características não são estanques e podem mudar de acordo com as situações que passamos. O ser humano é sempre capaz de se adaptar e se transformar, e os processos decisórios nos indicam quanto podemos ser diferentes em cada situação.
Para você pensar em suas tomadas de decisões, termino com este “sentir” do estrategista, escritor, e palestrante estadunidense, Antony Robbins:
SAIBA QUE SÃO SUAS DECISÕES, E NÃO SUAS CONDIÇÕES, QUE DETERMINAM SEU DESTINO.
Notas:
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2. O artigo da jornalista científica Daniela Ovadia foi publicado na primeira edição da Revista Mente Cérebro, sobre Grandes Temas, da Editora Duetto, dedicado ao tema “FÉ O lugar da divindade no cérebro”.
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.