(101) Sentindo a necessidade de uma medicina mais “humanista”.

Em mensagens anteriores, tenho afirmado que neste espaço virtual escrevo com o meu “sentir interior”, e não com a “linguagem da razão”. Não poderia ser diferente, porque o “Sensibilidade da Alma” surgiu de um “chamado interior”, de uma inspiradora “intuição”, com esta proposta:

– Que bom que você veio ao nosso primeiro encontro. Ao encontro com a essência existencial do nosso “EU” interior. Ao encontro com a sensibilidade das nossas almas.

– Desejo que os nossos futuros encontros sejam caminhadas de buscas e de descobertas pela subjetividade dos nossos “estados de alma”. Que sejam buscas de aprimoramento e de crescimento espiritual, pelas trilhas das nossas trajetórias de vida. Que sejam encontros com um sentido determinado e bem definido: – o do despertar da nossa “sensibilidade da alma” que, para ser alcançado, precisamos desta lição de vida contida no início da conhecida poesia “Saber Viver”, de Cora Coralina:

Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Inicio esta mensagem, perguntando para você:

– O QUE É HUMANISMO?

– QUAL É O SENTIDO EXISTENCIAL DE “SER HUMANISTA”?

– O QUE ESPERAR, COM A PRÁTICA DA “MEDICINA HUMANISTA”?

Não é difícil responder:

Humanismo é simplesmente “ser humano”. É ser humano em todos os instantes do nosso “viver”.

O “sentido existencial” de “ser humanista”, está na essência da bela inspiração de Cora Coralina, no final do verso acima citado: – “(…) sei que nada do que vivemos / Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.”

Por sua vez, sobre o que esperar com a prática da “Medicina Humanista, responde a Presidente da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, Dra Lúcia Willadino Braga, em entrevista publicada na edição de 01/11/2015, do Jornal Correio Braziliense. Das 55 (cinquenta e cinco) perguntas que lhe foram feitas, destaco o seguinte:

1. Sobre o salário na área de saúde:
Lúcia. Para ter um bom profissional, não posso pagar uma miséria, porque ele não estará aqui. Mas o que a gente vê lá fora é que o trabalho de um é dividido por quatro.

2. Sobre a Rede Sarah:
Lúcia. O dono do Sarah é o povo brasileiro. (…) essa consciência, esse cuidado como bem público são muito fortes na nossa filosofia.

3. Sobre a política de pessoal:
Lúcia. Aqui ninguém é mais importante do que ninguém. O médico não é mais importante, como a gente vê por aí.

4. Sobre o uso de organizações sociais na gestão hospitalar:
Lúcia. As organizações sociais surgiram como espelho do Sarah. Só que a gente tem essas peculiaridades que vão desde o treinamento de um auxiliar de higiene até os profissionais de saúde. (…) Temos uma perspectiva humanista. Quando se pergunta a um ortopedista: “O que você olha num paciente?” Olhe o olho.

5. Sobre a necessidade de uma filosofia de trabalho, no ambiente hospitalar:
Lúcia. De uma filosofia e de um modelo de trabalho. Tem que ter o modelo, desde a gestão dos recursos humanos; precisa ter os profissionais trabalhando com prazer. Assim é também no tratamento, precisa ser prazeroso para os pacientes. (…) Se você não pode tirar uma pessoa do hospital para a vida, então tem de levar o hospital para a vida.

6. Sobre o paciente em fase terminal e longe da família:
Lúcia. Isso é muito prejudicial. Em paciente em estágio terminal, a gente tem que ter uma linha de cuidados paliativos de dar conforto, tranquilidade, amor.

7. Sobre a sua relação com os pacientes:
Lúcia. Sou contra distanciamento. Eu beijo, abraço, gosto. Defendo o envolvimento. Meus pacientes vão se tornando meus amigos. Você comemora cada vitória. É muito bom ver que a pessoa está melhorando e você melhora junto. A gente se “co-constrói”.

Observa-se, com facilidade, que na ambientação hospitalar não se pode, isoladamente, apenas responsabilizar o médico, ou os auxiliares de enfermagem, e fisioterapeutas, pela falta de humanismo no exercício da medicina. Todos os profissionais da área de saúde precisam se dedicar com “sensibilidade interior”, com “AMOR” aos pacientes. É preciso humanizar a medicina, no desempenho de cuidados com os pacientes. Mas não pela condição de ser o paciente, mas como demonstração de “respeito” e de “dignidade humana” durante todo o seu tratamento.

Termino esta mensagem, acreditando ser a “dedicação humanista” a maior virtude de todos os profissionais da área de saúde, porque lidam com a dor e com o sofrimento humano, seja no hospital ou fora dele.

Notas:

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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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