É muito conhecida esta inspiração do poeta inglês John Donne, manifestada em “Meditações XVII”:
– Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti.
Por sua vez, o escritor José Saramago inovou “sensibilidade poética” de John Donne com o seu livro “O Conto da Ilha Desconhecida”, lançado em 1997 pela Editora Assírio&Alvim de Portugal.
Em síntese, sobre a mensagem da sua obra afirma José Saramago: – “Todo homem é uma ilha. Se não sais de ti, não chegas a saber quem és”.
Pergunto: – Podemos ser comparados a uma ilha?
Tanto John Donne como José Saramago, estão certos:
– Uma ilha, não pode ser considerada isolada em si mesma. Ela pertence ao oceano onde se encontra através de uma “interação existencial”, compondo uma “unidade” de “interdependência”. Fisicamente não existe ilha fora do oceano, do rio ou de uma lagoa.
O mesmo acontece com o nosso “existir”, inclusive em relação às “projeções interiores” do nosso “imaginário”, quando nos envolve no abstrato de uma “ilusória” realidade. Tudo que vivenciamos com o “imaginário” é exclusivamente nosso. Assim como são os nossos “sonhos”. Portanto, tudo que existe e se manifesta “em nós” ou “para nós”, é consequência da nossa própria “existência”. Só percebemos que existe “em nós ou “para nós”, porque existimos.
– Por sua vez, no “O Conto da Ilha Desconhecida”, essa “ilha” existe apenas na “abstração interior” do desejo daquele que procura o rei, porque precisa de um barco para encontar a sua “ilha desconhecida”. Ela faz parte, portanto, de uma “criação imaginária”.
Certo é que, no “O Conto da Ilha Desconhecida”, a comparação do escritor José Saramago (no sentido figurado de que somos uma “ilha”), de certa forma “explica” o alcance da proposta de “interiorização” deste espaço virtual. Isto porque revela a “necessidade de sair da ilha, para ver a ilha”. Em sentido inverso, nas águas dos nossos oceanos só alcançamos “autoconhecimento” navegando nas “profundezas” das “águas cristalinas” do nosso “interior”, em busca do “sentir” a nossa essência “existencial” e “espiritual”.
Em todo “mergulho interior”, o ser humano estará “buscando a si mesmo” através do “sentir” com a sua “Sensibilidade da Alma”.
Todos nós somos, nos “oceanos da vida”, arquipélagos de um “TODO” onde a leveza dos voos das Gaivotas desenham no céu matizes coloridas do nosso “existir” e do nosso “sentir” com a “Sensibilidade da Alma”.
Harmonize-se, agora, com o escutar da serenidade da sabedoria do nosso “oceano interior”, quando precisamos falar.
http://youtube.com/watch?v=LJA3HWW9QMQ
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3.Vídeo do youtube: “La Sabidura del Silencio Interno (Tao Te Ching)”.
Muita paz e harmonia espiritual para todos.