“Escolher estar na companhia de si mesmo pode ter efeitos positivos no autoconhecimento, algo diferente do isolamento contra a vontade.”
São palavras de Jamie Friedlander Serrano, em reportagem do The Washington Post, divulgada no Brasil pelo Jornal O Estado de S. Paulo, edição de 26 de outubro de 2024, com tradução de Renato Prelorentzou. Uma excelente e bem fundamentada matéria, com o título “Solidão ou Solitude?, que me motivou trazer resumidamente para este nosso encontro. Na minha opinião, preciosa fonte de “autoconhecimento”. Destaco estas considerações (numerei):
1. Entendimentos de Robert Coplan, psicólogo do desenvolvimento e professor do departamento de psicologia da Universidade Carleton, em Ottawa: “A solitude dá ao seu cérebro a chance de se reiniciar e se restaurar.” “É um bom espaço para empreendimentos criativos porque permite que nossa mente passeie. A solitude tende a nos acalmar porque elimina as emoções negativas. É a liberdade de todo contato social. Você está livre para fazer o que quiser, pensar o que quiser e ser quem quiser.” “Algumas pessoas se sentem entediadas ou ficam ruminando pensamentos quando estão sozinhas, enquanto outras acham que não há nada melhor que um dia sem ninguém. Este é um dos paradoxos do estudo da solitude. Para algumas pessoas, é um castigo. Para outras uma recompensa.”
2. Entendimento de Kira Birdit, professora de pesquisa do Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Michigan: “Há uma diferença entre solidão e simplesmente estar sozinho. É um ponto realmente importante: estar sozinho não é estar solitário.”
3. Entendimento de Julie Bowkerr, psicóloga do desenvolvimento e professora do departamento de psicologia da Universidade de Buffalo, que estudou a solitude: “A solidão tem a ver com a percepção da inadequação social dos relacionamentos.”
4. Entendimento de Netta Weinstein, professora de psicologia da Universidade de Reading, na Inglaterra, e coautora de Solitude: The Science and Power of Being Alone (Solidão: a Ciência e o Poder de Estar Só, em tradução livre): “Uma das descobertas mais claras sobre a solitude” é que, se ela for escolhida pelo valor que tem, será uma experiência mais positiva. Se for obrigatória, será uma experiência menos positiva.” “As pessoas falam sobre a solitude como o momento em que podem refletir, reorganizar os pensamentos, conectar-se a si mesmas, ouvir suas experiências e emoções internas e ser criativas de diferentes maneiras.” “Em geral, as pessoas relatam que se sentem mais tranquilas e confortáveis na terceira idade. Por outro lado, os jovens de vinte e poucos anos parecem não gostar muito da solitude.”
5. Entendimento de Thuy-vy Nguyen, professora associada do departamento de psicologia da Universidade de Durham, na Inglaterra: “É de se esperar que os introvertidos apreciem mais a solitude do que os extrovertidos. No entanto, a pesquisa mostra que, apesar de os introvertidos passarem mais tempo sozinhos, há uma correlação mais forte entre extroversão e prazer com a solitude.” “Embora um pouco de solitude seja bom para todo mundo, há uma correlação entre o tempo que as pessoas ficam sozinhas e a solidão. “Porque somos somos animais sociais e temos essa necessidade de interação social.”
Sobre a solidão, termino esta mensagem com este “sentir” de Clarice Lispector:
“Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.”
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.