Uma das mais significativas mudanças “para o meu viver” (não, “do meu viver”), foi a minha convincente aceitação da “inexistência do tempo”.
O que motivou esta mensagem foi a expectativa do “futuro”, em nossas vidas. Começo com esta pergunta para você:
– O QUE É O FUTURO?
Encontrei nos ensinamentos do Zen Budismo a afirmação de Dôgen Zenji, no sentido de que o tempo “somos nós”.
Realmente. Assim como “tudo” que consideramos para nós “existir”, bem como o que subjetivamente entendemos por “tempo”, só existe porque nós existimos. Nós somos em “conexão existencial”, o centro de “percepção sensória” de tudo que vivenciamos, seja de modo consciente ou inconsciente.
O mestre espiritual Eckhart Tolle, no seu livro “Praticando o Poder do Agora”, lançado no Brasil pela Editora Sextante, com todos os direitos reservados por GMT Editores Ltda, desenvolve interessante distinção entre o “tempo do relógio” e o “tempo psicológico” (o psicológico, por ele definido como sendo “a identificação com o passado e uma projeção compulsiva e contínua no futuro). Desse seu pensar, destaco esta explicação:
– Se estabelecemos um objetivo e trabalhamos para alcançá-lo, estamos empregando o tempo do relógio. (…) Se insistimos demais nesse objetivo, talvez porque estejamos em busca de felicidade, satisfação ou de um sentido mais completo do eu interior, deixamos de respeitar o Agora. E ele é reduzido a um mero degrau para o futuro, sem nenhum valor intrínseco. O tempo do relógio se transforma então em tempo psicológico. Nossa jornada deixa de ser uma aventura e passa a ser encarada como uma necessidade obsessiva de chegar, de possuir, de “conseguir”.
– O que percebemos como futuro é uma parte intrínseca do nosso estado de consciência do momento. (…) O que dá forma ao futuro é a qualidade da nossa percepção do momento presente, e o futuro, é claro, só pode ser vivenciado como presente. (…) Portanto, o único lugar onde pode ocorrer uma mudança verdadeira e onde o passado pode se dissolver é no Agora.
Sobre a presença ilusória da temporalidade, no se “harmonizar” e “sentir” a essência da nossa interiorização, gosto deste ensinamento de Buda:
– Só há um tempo em que é fundamental despertar. Esse tempo é agora.
Iniciei esta mensagem, referindo-me à “inexistência do tempo” pelo fluir do ciclo da minha existência. Essa “abstração do tempo” que consolidou o meu acreditar na “Imortalidade” da ALMA”.
É ilusória a “passagem do tempo” em nossas vidas. Em toda jornada humana, somos nós que “passamos” por um contínuo processo de necessidades de aprimoramento e de evolução existencial em todos os sentidos. O “tempo’ não passa. Somos nós que “passamos” por ele. E com a chegada da “velhice”, mergulhamos e somos levados por dimensões de um BELO “processo de descoberta interior”.
Termino com esta história contada por Lya Luft, no seu livro “O tempo é um rio que corre”, lançado no Brasil pela Editora Record, que matiza os ensinamentos da passagem ilusória do “tempo” com a sabedoria de vida enriquecida no nosso envelhecimento:
A moça corria entusiasticamente beirando os jardins das casas, e num deles uma mulher já bem idosa estava curvada cuidando de suas plantas.
A mocinha passou e correndo disse para a velhinha, sorrido:
– Ah, como eu queria ter a sua idade para não precisar correr para manter a forma!
A mulher ergueu, olhou para ela, riu e disse:
– E como eu gosto de ter a minha idade, para não precisar correr e poder cuidar das minhas rosas!
Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.