(015) Sentindo que podemos “mudar”, com o despertar da nossa “luminosidade interior”.

O conceituado historiador Nicolau Sevcenko (que foi professor titular da Universidade de Harvad, lecionou na PUC de São Paulo e na Unicamp; foi professor livre-docente do Departamento de História da Universidade de São Paulo), sustentou em vida, o seguinte (fonte: Revista Conhecimento Prático – Filosofia, n. 48):

– Não há forma de pensamento que, ao mesmo tempo, não icorpore as projeções do seu pensador no seu engate, em seu momento, em seu meio cultural, em seu contexto cultural.

Tenho pensado muito na afirmação de Nicolau Sevcenko, e me pergunto:

– Quais são as projeções do meu “pensar”, quando estou escrevendo as mensagens deste espaço virtual?

Ainda não encontrei uma resposta convincente e satisfatória, porque raramente escrevo com a “razão”. O que tem prevalecido é a manifestação do meu “sentir”, com a “sensibilidade da alma”.

A pessoa que não mostra a “percepção subjetiva” da sua “sensibilidade interior”, parece não ter vida.

Como disse Clarice Lispector:

– Sabe o que eu quero de verdade?
Jamais perder a minha sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma.
Porque sem ela não poderia sentir a mim mesma.

A nossa “visão interior” (no sentido da “percepção sensória” voltada para nós mesmos), reflete a singularidade de todo ser humano.
Foi o que aconteceu com a “visão” refletida de dimensões da “sensibilidade da alma” de Lya Luft, inspirando-lhe estes versos para Isabela (para quem o livro “O tempo é um rio que corre”, também foi dedicado):

Aberta ao mundo como um grande ouvido
– nada entre o buscado e o buscador –
senta-se a criança no degrau
e olha.
Ela é inteiramente o que contempla:
a pedra, a flor, o besouro vermelho no capim
e o espaço fora dessas coisas.

Não quero indagar o que ela pensa
Nem a chamo para o cotidiano:
ela não vive o fluir do tempo,,
mas curte o seu momento
eterno.

Que maravilha de “sensibilidade da alma” dessa escritora. Do emocional que é tão necessário para o nosso “sentir” e para o nosso “viver” com naturalidade (conforme ela adverte no mesmo livro):

– Se tivéssemos consciência de que estamos em transformação, de que tudo é passageiro e pode acabar em alguns minutos – ou anos, ou décadas que seja -, não suportaríamos a pressão, não haveria espaço emocional para viver com certa normalidade.

Por sua vez, como ensina Simone de Beauvoir: – A lei da vida é mudar. (fonte: “O amor nos Tempos da Velhice”, de Jamille Mamed Bomfim Cocentino, publicado pela Editora Casa do Psicólogo):

– (…) ela (a vida) é um sistema instável no qual se perde e se reconquista o equilíbrio a cada instante; a inércia é que é sinõnimo de morte. A lei da vida é mudar.

Todos nós precisamos mudar o nosso “viver”,o que poderá ser alcançado com o exercício do “voltar-se para si mesmo”.

Precisamos “reinventar” a nossa “vida”, o nosso “sentir”.

Precisamos “mudar”, com a “busca” do despertar da nossa “luminosidade interior”.

Termino esta mensagem lembrando esta afirmação de Thomas Moore, no seu livro “Cuide de sua Alma”:

– Uma pessoa “é o que ela cria para si mesma”.

Vamos criar novas condições de crescimento “existencial” e “espiritual”, para nós mesmos.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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